“A Concha e o Clérigo”, de Germaine Dulac

07.dez.18

O Cine Iberê do dia 9 de dezembro, apresenta mais uma sessão de cinema mudo com música ao vivo. O filme exibido será A Concha e o Clérigo (40min, 1928, França), de Germaine Dulac, com música composta e executada ao vivo por Vagner Cunha, com participação especial do maestro Antônio Borges-Cunha.

“Não é um sonho, mas o próprio mundo das imagens, fazendo a mente chegar onde nunca lhe fora consentido ir, o mecanismo está ao alcance de todos.”

Em A Concha e o Clérigo somos convidados, através desta legenda inicial do filme acima, a embarcar na história de Antonin Artaud realizada no cinema por Germaine Dulac, dois ícones vanguardistas. Antonin Artaud, teórico e dramaturgo francês, dentre outras importantes obras criou o manifesto do Teatro da Crueldade , sobre como adaptar o surrealismo ao teatro e romper com as formas narrativas convencionais liberando o subconsciente e tornado ativo o espectador. Germaine Dulac, francesa, uma das primeiras mulheres realizadoras do cinema mundial, criadora do conceito de Cinema Puro, que questiona as formas narrativas vindas da literatura e teatro e defende a autonomia do cinema. Filme surrealista, labiríntico: através de sucessivas portas, situações que envolvem um clérigo, um general e uma mulher.

Germaine Dulac (1882-1942) é uma das realizadoras pioneiras do cinema francês, do feminismo e do surrealismo no cinema. Foi diretora, teórica, jornalista e crítica de cinema. Escreveu para uma das primeiras revistas feministas, La Française. Foi uma das fundadoras do movimento cineclubista francês. No últimos anos de sua vida dedicou-se à filmes documentais para cinejornais. Realizadora, entre outros, dos filmes: Venus Victrix (1917), The Cigarrette (1919), A Sorridente Madame Beudet (1923), Heart of an Actress (1924), Um Convite à Viagem (1927) e A Concha e o Clérigo (1928).

Vagner Cunha é compositor, arranjador e multi-instrumentista, atua nos mais diversos estilos na cena musical contemporânea. Mestre e bacharel em música pela UFRGS. Várias orquestras e grupos de câmara brasileiros estrearam suas composições, entre elas destacam-se o Concerto Para Violino No 1, o Concerto para Piano e Orquestra Sinfônica, Ballet Mahavidyas – executado e gravado pela Orquestra de Câmara Teatro São Pedro e coreografado por Carlota Albuquerque, o Concerto para Viola e Orquestra – encomendado em 2012 pela OSESP e estreado no mesmo ano na Sala São Paulo, além de diversas composições orquestrais premiadas pela Bienal de Música do Rio de Janeiro como Aleph – estreada pela Orquestra Petrobras naquela cidade. Vagner também compôs trilhas musicais para dezenas de filmes e projetos audiovisuais, além de músicas orquestrais didáticas, dedicadas à formação de jovens instrumentistas. Sua obra autoral está em discos Mahavidyas (2008), Além (2012), Variações São Petersburgo (2016), Vagner Cunha convida Guinga (2017), Los Orientales (2017), Concerto para Violão de 7 cordas e Orquestra com Yamandu Costa (2017), além de dois discos dedicados a poemas de Antonio Meneghetti, interpretados pela Camerata Ontoarte e Carla Maffioletti (2015 e 2017). Recebeu sete vezes o Prêmio Açorianos e, em 2011, o Prêmio FUNARTE de Composição. Atualmente é diretor musical da Camerata Ontorte Recanto Maestro – para a qual compõe regularmente em diversas formações camerísticas – e dedica-se às apresentações da Ópera O Quatrilho, composição de sua autoria, com libreto de José Clemente Pozenato. Recentemente foi indicado ao Grammy Latino.

A Concha e o Clérigo integra o programa Silêncio em Movimento – cinema mudo com música ao vivo, atividade cinematográfica paralela às exposições Subversão da Forma e Iberê Camargo: formas em movimento, e tem curadoria de Marta Biavaschi.

Entrada gratuita (por ordem de chegada)

Agradecimento especial: Vagner Cunha

Classificação indicativa: 16 anos