Seminário Caixa-Preta | Eduardo “Peninha” Bueno

17.ago.18

Como parte dos programas públicos da exposição “Caixa-Preta”, o Seminário “Sobre acidentes e caixas-pretas do passado, do presente e do futuro” reúne historiadores, psicanalistas, filósofos, curadores e outros especialistas buscando analisar as relações entre arte, política, ciência e história.

No sábado 18/08, às 17h, o primeiro encontro recebe o escritor e jornalista Eduardo “Peninha” Bueno explorando o tema “Encaixotando o Brasil: caixas pretas, caixas de Pandora e caixinha de surpresas da nossa história”.
Inscrições gratuitas em: https://goo.gl/forms/PYLGtS9roCbng8vD2

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Seminário “Sobre acidentes e caixas-pretas do passado, do presente e do futuro”

Mesmo quando nenhum acidente acontece, a caixa-preta é uma espécie de secreto e inquietante companheiro de viagem, que sempre está lá, sem que os passageiros saibam muito bem onde, a registrar exatamente o não-acontecimento, mas já aí como entrevisão da possibilidade da catástrofe. Na caixa-preta, coexistem, portanto, informação decisiva (o que realmente aconteceu) e excesso semiótico (o máximo de sinais pode equivaler, na ausência de acidente, ao mínimo de significado).

Este seminário toma a caixa-preta como metáfora para pensarmos as relações entre arte, política, ciência e história – e mais especificamente entre algumas obras de arte e o atual momento político do país e do mundo, mas também entre essas obras e o próprio sistema das artes. É generalizada a percepção de estarmos vivendo um momento de crise (crise política, crise econômica, crise da “representação”, crise dos “valores” etc.), assim como é generalizada também a sensação de uma certa apatia que não seria condizente com a violência dessa crise múltipla. Em que medida, podemos nos perguntar, essa aparente apatia não esconde formas mais sutis de reação e registro, condizentes com uma noção de história – do mundo, mas também da própria arte – como sucessão de acidentes?

Os próximos nomes confirmados são Bruno Cava e Gabriel Tupinambá.

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Eduardo Bueno é escritor, jornalista, editor e tradutor.
Autor da coleção Terra Brasilis – sobre a história colonial do Brasil – (que está sendo relançada com o título Coleção Brasilis) pelo selo Estação Brasil da Editora Sextante), tornou-se um dos maiores fenômenos editoriais do país: os quatro volumes da coleção venderam quase um milhão de exemplares. Editou mais de 200 títulos, de autores brasileiros e estrangeiros, nas principais editoras brasileiras, como L&PM, Brasiliense e Companhia das Letras, entre outras. Traduziu 22 livros, sendo o principal deles o clássico “On the Road/ Pé na Estrada”, de Jack Kerouac, que vendeu mais de 150 mil exemplares. Trabalhou na Rede Globo, TV Manchete, TV Cultura, TVE-RS, foi um dos criadores do “Caderno 2”, do jornal O Estado de S. Paulo e editor-chefe do jornal Zero Hora de Porto Alegre. Foi o idealizador, roteirista e apresentador da série “É muita história”, levada ao ar pelo programa “Fantástico”, da TV Globo. Em 2010, Bueno foi convidado pelo History Channel para apresentar e comentar programas especiais. Em 2011, passou a apresentar “pílulas históricas” escritas por ele. Atualmente tem uma coluna semanal no Jornal Zero Hora, onde toda sexta-feira publica um texto inédito e exclusivo e está à frente do programa “Não Vai Cair no Enem”, no Canal Buenas Ideias no Youtube, onde aborda temas da História do Brasil. Entre os inúmeros prêmios e menções honrosas recebidas por Eduardo Bueno, estão um Prêmio Jabuti (o mais importante do mercado editorial brasileiro) e a Ordem do Mérito Cultural (a mais alta condecoração cultural do País).

Imagem: Wilfredo Prieto. Caja Negra, 2017. Cortesia da Mendes Wood DM São Paulo, Brussels, New York. Copyright do Artista. Foto Bruno Leão