Cinema mudo com música ao vivo | “Entr’acte”, de René Clair
Entr’acte é uma obra-prima cinemática da vanguarda dos anos 20. O filme foi realizado para ser exibido no intervalo do ballet Relânche, do Ballet Suédois, em Paris, com cenários do pintor dadaísta Francis Picabia, e música de Erik Satie, executada ao vivo.
Um filme dadaísta – movimento que negava a razão através de expressão do absurdo -, com sobreposições de imagens, articulações de montagem como uma colagem, uma fotomontagem, e alterações de velocidade ralentando ou acelerando os movimentos das personagens, deslocando-os do sentido real da imagem. No elenco, protagonistas da efervescente cena artística de Paris daquela época: Francis Picabia, Marcel Duchamp, Man Ray Jean Börlin, Inge Frïss, Darius Milhaud e Erik Satie.
Excepcionalmente neste domingo, do dia 09, serão exibidas duas sessões, às 16h e às 17h.
Entr’acte, de René Clair, 20 min, 1924, França
+ música composta e executada ao vivo por Vagner Cunha, com participação de Moisés Cunha
René Clair (1898-1981) é um cineasta francês com inventiva e sólida filmografia, reconhecida mundialmente. Suas obram revelam uma mescla de humor popular com ironia intelectual. No período silencioso, realizou os filmes Paris qui dort (1923), Entr’acte (1924).
Um dos primeiros realizadores a utilizar o som de modo expressivo na história do cinema, entre seus filmes sonoros, destaca-se: Sous les toits de Paris (1930), Le Million (1930), À nous la liberté! (1931), Quatorze juillet (1932), Le Dernier Milliardaire (1934), The Ghost Goes West (1936), Happened Tomorrow (1943), Le Silence est d’or (1947), Les Belles de nuit (1952) e Les Grandes Manoeuvres (1955).
Vagner Cunha é compositor, arranjador e multi-instrumentista, atua nos mais diversos estilos na cena musical contemporânea. Mestre e bacharel em música pela UFRGS. Várias orquestras e grupos de câmara brasileiros estrearam suas composições, entre elas destacam-se o Concerto Para Violino No 1, o Concerto para Piano e Orquestra Sinfônica, Ballet Mahavidyas – executado e gravado pela Orquestra de Câmara Teatro São Pedro e coreografado por Carlota Albuquerque, o Concerto para Viola e Orquestra – encomendado em 2012 pela OSESP e estreado no mesmo ano na Sala São Paulo, além de diversas composições orquestrais premiadas pela Bienal de Música do Rio de Janeiro como Aleph – estreada pela Orquestra Petrobras naquela cidade. Vagner também compôs trilhas musicais para dezenas de filmes e projetos audiovisuais, além de músicas orquestrais didáticas, dedicadas à formação de jovens instrumentistas. Sua obra autoral está em discos Mahavidyas (2008), Além (2012), Variações São Petersburgo (2016), Vagner Cunha convida Guinga (2017), Los Orientales (2017), Concerto para Violão de 7 cordas e orquestra com Yamandu Costa (2017), além de dois discos dedicados a poemas de Antonio Meneghetti, interpretados pela Camerata Ontoarte e Carla Maffioletti (2015 e 2017). Recebeu sete vezes o Prêmio Açorianos e, em 2011, o Prêmio FUNARTE de Composição. Atualmente é diretor musical da Camerata Ontorte Recanto Maestro – para a qual compõe regularmente em diversas formações camerísticas – e dedica-se às apresentações da Ópera O Quatrilho, composição de sua autoria, com libreto de José Clemente Pozenato.
Entr’acte integra o programa Silêncio em Movimento – cinema mudo com música ao vivo, atividade cinematográfica paralela às exposições Iberê Camargo: formas em movimento e Caixa Preta, e tem curadoria de Marta Biavaschi.
Entrada gratuita (por ordem de chegada)
Agradecimentos especiais: Vagner Cunha e Moisés Cunha
Classificação indicativa: Livre