Não gosto de ir ao cinema | com Pablo Pijnappel

06.nov.18

No sábado 10 de novembro, às 16:00, acontece a sessão de filmes 16 mm Não Gosto de Ir ao Cinema, seguida de conversa com o artista Pablo Pijnappel. Confira a programação completa abaixo.

Rio (2005), 16 mm, 5 min
Ensaio em imagem-movimento que (re)imagina a Cidade Maravilhosa como um reduto de gringos aventureiros perdidos, uma espécie de porto de piratas contemporâneo; o filme forma um pano de fundo e um palco para possíveis narrativas transnacionais que tem como cerne a busca pela identidade.

Quirijn (2011), 16 mm, 20 min, mudo com legendas
Exemplificando o retrato de um estrangeiro camusiano, o filme é um pseudo-documentário segue um recluso que conscientemente se afastou da promessa vazia e monótona do capitalismo, rejeitando trabalho em favor da leitura e de passeios sem rumo nos arredores de Berlim, circunscrevendo sua história ao mesmo tempo que o protagonista traça uma cartografia urbana com seus passos.

Lucas (2013), 16 mm, 12 min
A história de um turista brasileiro em Buenos Aires é contada através de uma série de imagens realizadas diante da câmera pelo narrador, uma bricolagem fotográfica que traça as associações subjetivas e os dilemas existenciais do personagem. Muito livremente inspirado no romance de Julio Cortázar “Um Certo Lucas”, Lucas reúne um retrato do protagonista por meio de relatos idiossincráticos e eventos díspares, alternando entre elementos da prosa e do verso para embaçar a distinção entre reflexões absurdas e revelações clarividentes.

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Como parte da programação em comemoração aos 10 anos de construção de seu edifício sede, a Fundação Iberê Camargo apresenta a mostra Zona de Crepúsculo, de Pablo Pijnappel. Quatro obras do artista e uma nova performance comissionada ocuparão a instituição, utilizando seus espaços menos regulares, dialogando com a premiada arquitetura do prédio de Álvaro Siza. De maneira quase que intervencionista, as obras tratarão o edifício como um centro de narrativas que usam seu principal traço arquitetônico, a rampa em espiral à la Guggenheim de Frank Lloyd Right, como uma alegoria visual do mecanismo da memória.

A mostra tem financiamento do Mondriaan Fund, fundo público que fomenta a produção e apresentação da arte e do patrimônio cultural da Holanda, localmente ou no exterior.

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PABLO PIJNAPPEL

Tendo psicanálise e literatura como pontos de partida habituais, as obras de Pablo Pijnappel são sem exceção meta-narrativas que combinam poeticamente identidades culturais, históricas e ancestrais, pelo prisma da memória. A linguagem sempre desempenha o papel principal, unindo os mecanismos mentais e o mundo, em instalações de vídeo, textos ou performances que estão na encruzilhada entre o cinema, a fotografia e os recessos de um romance.

Nascido em um subúrbio de Paris, Pijnappel cresceu no Rio de Janeiro e, mais tarde, estudou na Holanda. Agora vive e trabalha entre o Rio, Roterdã e Berlim. Já participou de inúmeras exposições coletivas e individuais em diversos espaços nas principais capitais da Europa e dos EUA, com destaque para o Centre Pompidou, Whitechapel Gallery, Konsthall Malmö, Artists Space, LACE, entre outros. Também fez parte da XXX Bienal de São Paulo.