Educativo
O programa educativo da Fundação Iberê tem como objetivo principal aproximar a população deste espaço cultural, a fim de constituir e formar um público que tenha acesso às diferentes linguagens artísticas, em especial, as artes visuais.
O programa promove o estudo e a divulgação da obra de Iberê Camargo e busca aproximar o público da arte moderna e contemporânea. Desenvolve materiais e atividades para professores e alunos, assim como pessoas com necessidades especiais. Atua na formação de mediadores e novos profissionais para o campo da arte. Realiza visitas mediadas e técnicas, oficinas, encontros de orientação para educadores e publicação de materiais didáticos. São propostas também atividades de artes integradas e debates sobre temas ligados à arte e à cultura.
A Fundação, com seu programa educativo, pretende consolidar este espaço como um importante polo de formação cultural, de debates sobre arte e educação e de inserção de tecnologias criativas na produção artística.
Para celebrar os 15 anos do projeto Álvaro Siza, a Fundação Iberê preparou mais uma programação especial!
No dia 30 de maio (terça-feira), a instituição estará com entrada gratuita das 14h às 18h. Além disso, os visitantes concorrerão a gravuras de três artistas que passaram pela experimentação no Ateliê de Gravura: Carlos Contente (RJ), Juliana Braga (SP) e Shirley Paes Leme (GO). Também haverá visita mediada especial e duas oficinas de Monotipia, às 14h30 e às 15h30, com Eduardo Haesbaert, assistente de Iberê Camargo e responsável pelo Ateliê de Gravura. Nessas oficinas, serão utilizados elementos naturais do entorno do prédio para experimentação na produção artística.
A monotipia é um processo híbrido entre a pintura, o desenho e a gravura. Ao mesmo tempo possui características próprias da gravura, como a inversão da imagem. E, diferente da gravura, se consegue a reprodução de um desenho numa prova única, daí o nome “monotipia”.
Sobre o sorteio
Serão sorteadas três obras produzidas no Ateliê de Gravura da Fundação Iberê. Todo o público que visitar a instituição no dia 30 de maio de 2023, entre 14h e 18h, poderá participar do sorteio. A inscrição para o sorteio será presencial, no balcão da recepção.
O sorteio dos três ganhadores (sendo uma gravura por ganhador) ocorrerá às 18h15, no Átrio. O resultado será divulgado ao vivo nas redes sociais. Os ganhadores poderão retirar as suas obras até o dia 04 de junho de 2023, durante o horário de funcionamento da Fundação Iberê.
*As obras sorteadas não possuem moldura;
**Ao participar do sorteio você autoriza o uso de sua imagem.
Confira as obras que serão sorteadas:
PROGRAMAÇÃO
30 de maio | Terça-feira
Visitação: 14h às 18h (última entrada) Entrada gratuita14h30: Oficina de Monotipia com Eduardo HaesbaertClique aqui
Inscrições gratuitas |15h30: Oficina de Monotipia com Eduardo HaesbaertClique aqui
Inscrições gratuitas |16h: Visita mediada especialClique aqui
Inscrições gratuitas |18h15: Sorteio de obras
Inscrições gratuitasA Fundação Iberê preparou uma programação especial para celebrar os 15 anos do centro cultural, um prédio de fachadas brancas, linhas sinuosas, arestas afiadas e rampas internas e externas, já apontado como um dos mais sofisticados projetos arquitetônicos do mundo e um dos mais avançados do ponto de vista técnico na manutenção, preservação e apresentação de obras de arte. O edifício segue padrões internacionais de iluminação, controle de temperatura, abastecimento de água, tratamento de esgoto e prevenção de incêndios. É praticamente uma escultura concebida pelo arquiteto português Álvaro Siza para o recorte do terreno, preservando a mata ao redor e sem ultrapassar a altura da velha pedreira que lhe faz fundos. As poucas aberturas da construção foram calculadas com precisão cirúrgica, para enquadrar perfeitamente a paisagem e valorizá-la, sem tirar a atenção das obras expostas.
As atividades são gratuitas e incluem mediação arquitetônica; passeio na trilha ecológica da Fundação, assinada pelo ambientalista José Lutzenberger; oficinas e duas apresentações musicais com Paola Kirst, que interpretará textos de Iberê Camargo acompanhada do Grupo Kiai e Mel Souza.
PROGRAMAÇÃO
13 de maio | Sábado
15h – Oficina Iberê Camargo e a Cidade
Oficineira: Bárbara Rodrigues (arquiteta e arte-educadora)
Descrição: Relação entre imagens impressas de diversos lugares da cidade com algumas obras que Iberê Camargo pintou de Porto Alegre. Quais são os lugares de afeto das crianças na cidade, onde costumam ir, o que costumam ver? Como é o entorno de onde moram? Tens a oportunidade de caminhar e parar para observar? Há sonho no que se vê? Que outras cidades são possíveis? As crianças serão convidadas a misturar realidade e ficção em representações, através de desenhos e pinturas da cidade.
Número de participantes: 20
Faixa etária: a partir de 8 anos
Inscrições gratuitas AQUI
15h – Oficina Experimentação fotográfica na Trilha
Oficineiros: Tuane Eggers e Beto Mohr (dupla artística)
Descrição: A oficina propõe refletir sobre o papel da arte como ferramenta de tradução, propagação e resgate afetivo das relações com outros seres vivos no planeta, diante da crise ecológica que atravessamos e do diálogo próximo que a arte vem estabelecendo com essas questões. Os participantes serão convidados a experimentar a percepção por meio de um passeio fotográfico realizado na trilha da Fundação Iberê, que foi idealizada, junto ao projeto arquitetônico que comemora 15 anos, como um espaço de associação entre arte e natureza.
Em caso de chuva, a atividade será remarcada.
Número de participantes: 20
Faixa etária: a partir de 8 anos
Inscrições gratuitas AQUI
14 de maio | Domingo
15h – Oficina Bonecas Feias e “Idiotas” de Iberê
Oficineira: Cláu Paranhos (artista)
Descrição: Durante uma mediação, os participantes observarão como a série “Idiotas” e os desenhos presentes na exposição Iberê Camargo: Desenhos podem nos inspirar a soltar a manualidade para, no ateliê do Educativo, explorar o universo das Bonecas Feias.
Número de participantes: 20
Faixa etária: a partir de 10 anos
Inscrições gratuitas AQUI
17h – Iberê Musicalizado com Paola Kirst e Grupo Kiai
Descrição: Interpretação musical de textos e frases de Iberê Camargo.
Em caso de chuva, o show será remarcado
20 de maio | Sábado
15h – Oficina Fundação Iberê e a Cidade
Oficineira: Bárbara Rodrigues (arquiteta e arte-educadora)
Descrição: Os participantes serão convidados a evocar memórias, escrever lembranças, construir e imaginar paisagens, sejam elas do passado, presente ou futuro.
Número de participantes: 20
Faixa etária: a partir de 14 anos
Inscrições gratuitas AQUI
21 de maio | Domingo
15h – Mediação arquitetônica para crianças com produção de instalação
Oficineira: Ana Paula Bertoldi (artista multidisciplinar)
Descrição: A partir de um passeio pela arquitetura da Fundação, de forma investigativa e lúdica, os participantes serão estimulados à observação para as diferentes formas e ângulos do prédio. Em seguida, serão convidados a construir uma instalação. Tecidos, fita crepe, papéis, fios diversos e materiais para desenho serão alguns dos materiais explorados.
Número de participantes: 20
Faixa etária: a partir de 8 anos
Inscrições gratuitas AQUI
27 de maio | Sábado
15h – Mediação arquitetônica Fundação e Trilha Ecológica com tradução em Libras
Tradutora: Simone Dornelles
Descrição: Mediação com foco na arquitetura do prédio, seus aspectos estruturais, compositivos e históricos e a sua relação com a arte. O público será também apresentado à trilha ecológica.
Número de participantes: 20
Inscrições gratuitas AQUI
18h – A Fundação e parceria com a Grupo WOC/Visual apresentam um recorte expositivo em vídeo mapping na fachada do prédio. Serão projetadas obras de Iberê Camargo e de artistas que expuseram na instituição, como Magliani, Eduardo Haesbaert, Xadalu, Arnaldo de Melo, Daniel Melim, Santídio Pereira, André Ricardo, bem como da exposição Trama: Arte Têxtil no Rio Grande do Sul.
28 maio | Domingo
17h – Iberê Musicalizado com Paola Kirst e a pianista Mel Souza
Descrição: Interpretação musical de textos e frases de Iberê Camargo
Local: Auditório da Fundação Iberê
30 de maio | Terça-feira
Lançamento do edital de residência artística Iberê/CMPC
A Fundação Iberê e a CMPC retomam a parceria, oferecendo duas bolsas de R$10 mil, além de verba de produção, para residência no Ateliê de Gravura para artistas que vivem no Rio Grande do Sul. Mais informações sobre o edital e inscrições no site www.iberecamargo.org.br.
Sobre a Fundação Iberê
30 de maio de 2008. Maria Coussirat Camargo recebe nomes importantes da sociedade, artistas e curadores de renome internacional e autoridades, como o então ministro da Cultura Gilberto Gil, para a inauguração da Fundação Iberê. Criar um espaço que consagrasse a obra do artista era um desejo do pintor, que aflorou nos seus últimos anos de vida. Tomado por uma metástase pulmonar e ciente de que não tinha mais tempo a perder, ele revia obra por obra, escrevia suas memórias e, sim, produzia. A última tela, SOLIDÃO, foi assinada no final de julho de 1994, há menos de dez dias do falecimento do artista.
Iberê Camargo deixou mais de cinco mil obras guardadas na residência do casal, no bairro Nonoai, zona sul de Porto Alegre, a maior parte delas catalogadas em cadernetas por Dona Maria, a “sombra e luz de Iberê”, como bem definiu o crítico de arte Paulo Herkenhoff.
A partir daquela noite de 30 de maio, Iberê Camargo: moderno no limite 1914-1994, uma exposição que reunia um conjunto significativo de obras de diferentes fases do artista, com curadoria de Mônica Zielinsky (RS), Paulo Sergio Duarte (SP) e Sônia Salztein (SP), faria com que Porto Alegre entrasse para o cenário internacional das artes e, também, da arquitetura.
Fundação Iberê. Um prédio de fachadas brancas, linhas sinuosas, arestas afiadas e rampas internas e externas, já apontado como um dos mais sofisticados projetos arquitetônicos do mundo e um dos mais avançados do ponto de vista técnico na manutenção, preservação e apresentação de obras de arte. O edifício segue padrões internacionais de iluminação, controle de temperatura, abastecimento de água, tratamento de esgoto e prevenção de incêndios. É praticamente uma escultura concebida para o recorte do terreno, preservando a mata ao redor e sem ultrapassar a altura da velha pedreira que lhe faz fundos. As poucas aberturas da construção foram calculadas com precisão cirúrgica, para enquadrar perfeitamente a paisagem e valorizá-la, sem tirar a atenção das obras expostas.
O espaço da Fundação conduz o visitante, logo na chegada, a subir de elevador até o último andar. De lá, segue pelas rampas até o átrio, percorrendo as salas de exposição distribuídas nos três andares superiores. O prédio tem estrutura monolítica, sem pilares, vigas e lajes. São as paredes maciças que suportam o carregamento da estrutura e garantem a estabilidade horizontal do conjunto – o que lhe dá ares de uma gigantesca escultura.
Como tudo começou
No final dos anos 1980, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter foi apresentado a Iberê por Cézar Prestes, marchand do pintor entre 1981 e 1994. Um amigo em comum, o desembargador Milton Soares, comentou sobre a coleção de Gerdau e seu desejo de conhecer o artista pessoalmente.
Prestes conversou com Iberê, que, prontamente, convidou o empresário para visitar seu ateliê. “Iberê era um homem carismático, envolvente. Nos alimentava culturalmente, e não foi diferente com Jorge Gerdau”, recorda o marchand.
Naquele dia, Iberê Camargo finalizava uma dezena de guaches da série Idiotas. As obras impactaram tanto o casal Jorge Gerdau e Maria Elena, que compraram de imediato quase toda a série. Só não levaram o conjunto naquele momento porque ainda estavam úmidas e, consequentemente, sem assinatura.
A partir daquele encontro, Jorge Gerdau não seria apenas um admirador que virou amigo. Visionário, estava decidido a levar o nome de Iberê Camargo para o mundo.
Iberê era exigente, fazia obras para serem eternas e estudadas nos detalhes. Enquanto produzia, Dona Maria catalogava uma a uma – pinturas, gravuras, guaches, desenhos –, o que vendia e o que guardava. “Tudo que Iberê produzia para venda, fazia uma para o acervo, criando uma linha do tempo do seu trabalho. Sua maior preocupação era com a segurança financeira de Dona Maria após sua morte”, lembra Prestes.
Mas um museu dedicado à sua produção não estava nos planos do artista. A ideia começou a ganhar forma quando a doença avançou.
Iberê Camargo faleceu em 9 de agosto de 1994. Após o sepultamento no Cemitério João XXIII, Prestes voltou para casa levando junto a bandeira do Brasil que fora esticada no caixão. Das poucas ligações que conseguiu atender após o enterro, uma delas foi de Jorge Gerdau. Ficaram mais de trinta minutos recordando Iberê, sua trajetória no mundo da arte e a importância de manter o seu legado. A última frase dita por Gerdau naquela ligação daria visibilidade cultural e urbanística para Porto Alegre: “Vamos construir a Fundação Iberê Camargo”.
Uma Fundação para o mundo
“Tive a oportunidade de conhecer e conviver com Iberê. Seu acervo era fantástico – ele sempre guardou obras, mas esse mérito tem muito de Dona Maria, que anotava tudo. Inclusive ajudou muito na gestão do acervo da Fundação. Nos seus últimos anos de vida, várias vezes Iberê me falou: ‘Jorge, o que vamos fazer com este acervo?’’, lembra Gerdau.
Sensibilizado com a partida do amigo e comprometido com o futuro do acervo ao lado de Dona Maria, ele procurou empresários para falar sobre a possibilidade de criar um museu para Iberê Camargo. Também buscou amigos do artista no Rio de Janeiro para pensar o acervo. Transformar a casa do casal no bairro Nonoai em um museu foi uma opção logo descartada. Não havia espaço para preservar de forma adequada as mais de cinco mil obras.
Em 3 de outubro de 1995, a Fundação Iberê foi oficializada e constituída por Maria Coussirat Camargo (presidente de honra), Jorge Gerdau Johannpeter (presidente-executivo), Ronaldo Brito (diretor de patrimônio), Justo Werlang (tesoureiro) e Cristina Aguiar (secretária-geral). A instituição teve como sede provisória, até 2008, o ateliê do artista na zona sul da Capital.
Além dos cursos no Ateliê de Gravura, lá nasceu o projeto Artista Convidado, que recebeu um número significativo de artistas residentes, nacionais e internacionais, para produção de gravuras em metal.
Naquele período, o ateliê também abrigou o acervo e a equipe de catalogação das obras de Iberê Camargo. A sala maior foi adaptada para receber exposições temporárias com curadorias especializadas, mediadas pela primeira equipe do Programa Educativo para alunos de escolas públicas e privadas. Ainda foram realizados seminários temáticos a partir da obra de Iberê, com a participação de convidados nacionais e internacionais, abertos ao público, em diferentes auditórios da cidade, bem como itinerâncias dos trabalhos do pintor e das gravuras do Artista Convidado em instituições de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
Tudo isso acontecia enquanto forças políticas e econômicas se movimentavam para captação de recursos e mão-de-obra para um projeto audacioso, como refere-se Dalcol em sua dissertação: “A escolha de um arquiteto de reconhecimento internacional para o projeto da sede da Fundação Iberê Camargo deve ser vista, como uma estratégia de visibilidade institucional por meio da arquitetura urbana.”
Onde construir já não era mais um problema. Em 7 de maio de 1996, foi sancionada a Lei Nº 10.781, autorizando o Governo do Estado a doar sete terrenos situados na Vila S. Thereza, 5º Distrito de Porto Alegre, na freguesia do Menino Deus, com área de 8.163,50m2 à Fundação Iberê. Já a área do estacionamento foi cedida em comodato pela Prefeitura de Porto Alegre, também em 1996. O passo seguinte era buscar um arquiteto.
Conforme Jorge Gerdau, “Fiz uma visita ao Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba (PR), pois Dona Maria desejava que fizéssemos a Fundação Iberê com ele. Niemeyer é um dos maiores arquitetos do mundo em termos de concepção e criação, mas me preocupava muito o aspecto operacional e gerencial. Tanto é que me aprofundei sobre gestão e manutenção de acervo em termos de mobilidade, instalações, temperatura e umidade, porque é uma responsabilidade enorme quando se tem um acervo que vale dezenas de milhões. Vivemos uma fase interessantíssima de escolha do arquiteto. Corajosamente, pesquisamos outros nomes em nível internacional e fizemos uma lista dos dez melhores arquitetos com experiência em construir museus. Os diretores elegeram três finalistas: o português Álvaro Siza, o espanhol Rafael Moneo e o americano Richard Meyer. Em 2000, foi escolhido Siza.”
Álvaro Siza, então, rascunhou uma obra encaixada no morro, com uma moldura verde ao redor do museu. “Estávamos nas mãos de um bom arquiteto”, diz Gerdau.
Eduardo Haesbaert lembra que, neste mesmo ano, quando Siza visitou pela primeira vez o terreno da Fundação Iberê, foi questionado sobre a cavidade no morro decorrente de uma pedreira anteriormente ali instalada. Ele respondeu: “Não vamos mexer nesta ferida”. E logo a seguir, ao contemplar o Guaíba, expressou: “Esta malha mansa neste doce poente. Quando temos uma paisagem tão bela e tão grandiosa em sua escala, minha estratégia não é envidraçar, mas enquadrar”, disse o arquiteto Álvaro Siza.
Em 2002, uma cerimônia marcou o início da obra de construção. O pincel de Iberê foi colocado num bloco de concreto, abaixo da sapata mais importante do prédio, em um gesto pictórico além de simbólico. “Chegou o dia desejado do lançamento da Pedra Fundamental da Fundação Iberê. Chegou com chuva, que dizem ser um bom sinal no início de uma obra. Esta Pedra Fundamental em concreto é o início da concretização de um sonho de todos vós, de um propósito incrível de Dona Maria Camargo e que se tornou também um sonho meu”, disse Siza em seu discurso.
Durante os seis anos de construção, por vezes, as etapas finalizadas foram celebradas com eventos para convidados. A obra também esteve aberta, com agendamento, para visita de estudantes de arquitetura.
Desde o início do projeto, em julho de 2003, a maquete foi exibida como um dos mais importantes projetos de Siza, considerando obras existentes em Portugal, França, Itália, Espanha, China, Japão, Rússia e Coréia do Sul, hoje esta maquete é parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Arquitetada com tecnologia de ponta, a Fundação Iberê é o primeiro prédio cultural do Brasil construído dentro de todas as normas internacionais de segurança e atendimento.
Considerado por profissionais da área um marco internacional em arquitetura e soluções em engenharia, a Fundação possui reservas técnicas organizadas em acervo Artístico e Documental: a primeira parte conta com mais de cinco mil obras, entre desenhos, guaches, gravuras e pinturas; enquanto a segunda abriga mais de 20 mil documentos como catálogos, jornais, revistas, fotografias, correspondências, cadernos de notas e outros. Orçado em R$40 milhões, a Fundação Iberê também recebeu aporte através de incentivos fiscais – LIC e Rouanet –, com patrocínio da Gerdau, Petrobras, Camargo Corrêa, RGE, De Lage Landen, Itaú e Vonpar.
Álvaro Siza, de 89 anos, acompanhou a obra nos mínimos detalhes. O prédio foi consagrado com o Leão de Ouro da 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002, e do Mies Crown Hall Americas Prize, em 2014.
Nos dias 25 e 26 de março (sábado e domingo), o artista André Ricardo participa de duas atividades educativas na Fundação Iberê. Os encontros são gratuitos e ocorrem sempre das 15h às 17h. As inscrições devem ser feitas nos links em “Serviço”.
Em diálogo com sua exposição André Ricardo: Da pintura necessária, ele é o convidado da Formação para Professores e Educadores. Durante encontro, que ocorre no sábado, no auditório da Fundação, ele fala sobre a técnica de pintura com têmpera ovo e os processos englobados nessa produção. Compartilhará o seu desenvolvimento enquanto artista, além de suas experiências na educação.
No domingo, na sala do Programa Educativo, André Ricardo ministra a Oficina Têmpera Ovo. A vivência com os materiais e procedimentos básicos da técnica será tangenciada pela introdução de suas origens. A técnica, que remete ao processo artesanal e pré-industrial, também adotada na Idade Média, consiste na mistura do pigmento, que é a matéria seca, em pó, com o aglutinante à base do ovo.
“O fato de fazer a minha própria tinta me dá uma relação muito mais próxima com a cor. E quando eu penso na cor, busco na memória afetiva. Cresci na periferia, minha casa tinha o piso vermelho de cera, a parede lavada de cal verde. E a têmpera me ajuda a alcançar a lembrança dessas cores”, explica o artista.
Da pintura necessária
Com curadoria de Claudinei Roberto da Silva (SP), André Ricardo: Da pintura necessária apresenta 56 obras produzidas com têmpera ovo. Grande parte dos trabalhos será exposto pela primeira vez, entre eles, um pequeno conjunto de pinturas produzidas em NY, em 2022.
Neste conjunto é marcante, por exemplo, a familiaridade com uma visualidade de matriz popular e afro-brasileira. Composições que buscam responder ao anseio do artista pela construção de uma memória, algo que possa ajudar a entender sua própria identidade enquanto sujeito e, por conseguinte, como artista.
Serviço
Formação para professores e educadores com André Ricardo
Quando: 25 de março | Sábado | 15h às 17h
Onde: Auditório da Fundação Iberê (Avenida Padre Cacique, 2000 – Cristal)
Número de participantes: 20
Faixa etária: Livre
Inscrição gratuita AQUI
Oficina Têmpera ovo com André Ricardo – 26 de Março
Quando: 26 de março | Domingo | 15h às 17h
Onde: Auditório da Fundação Iberê (Avenida Padre Cacique, 2000 – Cristal)
Número de participantes: 20
Faixa etária: a partir dos 12 anos
Inscrição gratuita AQUI
A Fundação Iberê abre duas turmas, às 15h e 17h, onde uma terá intérprete de libras para o público da comunidade surda
No dia 25 de fevereiro (sábado), a Fundação Iberê promove um bate-papo com a curadora Carolina Grippa em uma visita mediada pela exposição Trama: Arte Têxtil no Rio Grande do Sul. A atividade abordará a história da arte têxtil no Rio Grande do Sul e a produção dos artistas presentes na exposição. “Há uma história da tapeçaria e arte têxtil que não está nos livros da ‘grande’ História da Arte, havendo algumas razões para esse esquecimento, como a sua ligação às artes decorativas, com pequeno ou nenhum destaque no estudo das ‘Belas Artes’”, destaca Grippa.
Serão duas turmas: a primeira às 15h, que contará com intérprete de libras, e a segunda às 17h. A atividade dispõe de 55 vagas, com inscrição prévia e gratuita.
Serviço
Trama: visita mediada com a curadora Carolina Grippa
Turma 1 (intérprete de libras) | 15h às 16h30 | 25 vagas | INSCRIÇÕES AQUI
Turma 2 | 17h às 18h30 | 30 vagas | INSCRIÇÕES AQUI
Sobre Trama
Com o patrocínio da Petrobras, Trama: Arte Têxtil no Rio Grande do Sul apresenta 35 obras de 17 artistas: os precursores Zoravia Bettiol e Yeddo Titze, Arlinda Volpato, Berenice Gorini, Erica Turk, Fanny Meimes, Heloisa Crocco, Ivandira Dotto, Joana Azevedo de Moura, Jussara Cirne de Souza, Liciê Hunsche, Luiz Gonzaga, Nelson Ellwanger, Salomé Steinmetz, Sonia Moeller e Wilhelm Hovarth.
As tapeçarias de Erica Turk, Jussara Cirne de Souza e Wilhelm Horvath trazem as técnicas mais tradicionais, enquanto as de Yeddo Titze, Liciê Hunsche, Ivandira Dotto e Fanny Meimes usam a lã, mas já buscam formatos e volume na peça. Outras seguem com o formato plano, mas inovam nos materiais e no desenho, como é o caso das duas tapeçarias bordadas por Salomé Steinmetz e as de telas galvanizadas de Ana Norogrando. Serão apresentados, também, trabalhos de Heloisa Crocco, que, a partir de rede e fibra de vime, desenvolve uma peça tecida; de Sonia Moeller, que realiza um conjunto com as mais diversas técnicas, como bordado, tecelagem, colagem, entre outras; e de Arlinda Volpato, Joana Azevedo Moura, Luiz Gonzaga, Nelson Ellwanger.
“O grande objetivo da exposição é mostrar os nomes mais relevantes da arte têxtil que são ou atuaram no Rio Grande do Sul e que tiveram uma trajetória relevante nesse segmento, participando de diversas mostras desenvolvidas no país a partir da década de 1970. Também é importante registrar a diversidade dessa produção, que do plano buscou a tridimensionalidade e que da tradicional lã foi para uma diversidade de materiais, mostrando a versatilidade de cada poética percorrida por cada um dos artistas”, diz Grippa.
A Fundação Iberê preparou uma programação especial para celebrar o Mês das Crianças. Entre os dias 1 e 29 de outubro, sempre aos sábados, serão oferecidas oficinas gratuitas de pintura, de gravura em linóleo e de pigmentação com elementos naturais para pequenos com idades entre seis e dez anos.
PROGRAMAÇÃO
1º e 22 de outubro | Sábado
Oficina de pintura com stencil a partir da exposição de Rodrigo Andrade
Horário: 15h às 17h
Após visita à exposição Assombrações: um diálogo pictórico com Iberê Camargo, de Rodrigo Andrade, as crianças participarão de uma atividade de pintura utilizando stencil. A oficina pretende explorar a técnica utilizada pelo artista e mostrar a sua versatilidade na arte urbana, impressão em tecido, papel, produção de convites ou cartazes.
Número de vagas: doze participantes
Público alvo: crianças entre seis e dez anos
Inscrição para 1º de outubro, clique aqui
Inscrição para 22 de outubro, clique aqui
8 e 29 de outubro | Sábado
Oficina de Linoleogravura
Horário: 15h às 17h
Uma das principais técnicas utilizadas pelo artista Iberê Camargo, o público será convidado a produzir uma gravura em linóleo.
Número de vagas: doze participantes
Público alvo: crianças entre seis e dez anos
Inscrição para 8 de outubro, clique aqui
Inscrição para 29 de outubro, clique aqui
15 de outubro | Sábado
Oficina de pigmentação com elementos naturais
Nesta oficina, serão utilizados elementos como terra, folhas, chás e temperos para criar diferentes pigmentos para colorir uma paisagem, a partir da prática de observação.
Número de vagas: doze participantes
Público alvo: crianças entre seis e dez anos
Inscrição, clique aqui
A Fundação Iberê apresenta a temporada de música de câmara. As apresentações ocorrem no primeiro domingo de cada mês, sempre às 17h, no auditório. Com curadoria de Érico Marques (GO), Lucas Brayner (PE), Henrique Amado (SP) e Nayane Nogueira (MG), os grupos são formados, em sua maioria, por músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA).
A entrada é gratuita, com retirada de senha uma hora antes de cada recital.
AGENDA DE CONCERTOS
6 de novembro | Domingo | 17h
Grupo: Um Duo de Três e Convidado
Programa:
Ange Bazzani
Suíte Colombiana
– Guabina em Pelotas
– Ventarrón
Johann Sebastian Bach
Nun komm’ der Heiden Heiland
BWV 659 (arr. Busoni)
S. Bach – Concerto Duplo para Violinos, BWV 1043
I – Allegro
Ludwig van Beethoven – Sinfonia n° 5
I – Allegro con brio
Alessandro Besozzi
Sonata em Ré maior
I – Allegro
III – Allegro
Claude Debussy
The Girl with the Flaxen Hair
Maurice Ravel
Ma Mère l’Oye (Mamãe Gansa)
V – Le Jardin Féerique (O jardim das fadas)
Theodore Lalliet
Terzetto, op 22
I – Moderato
II – Andante majestoso
III – Rondo: Allegro Moderato
4 de dezembro | Domingo | 17h
Tema: Especial de Natal
Sobre os curadores
Érico Marques – Natural de Goiânia, iniciou os estudos musicais aos 8 anos de idade. Aos 14, já viaja a Brasília (250 km de Goiânia) para fazer aula de oboé. Com 17 anos, mudou-se para São Paulo para cursar bacharelado em oboé, pela Universidade Estadual Paulista (UNESO). Em 2013, aos 19 anos, foi aceito na Academia de Música da Osesp. Como vencedor do prêmio Eleazar de Carvalho, ganhou intercâmbio na Royal Academy of Musica (UK). Foi oboista na Orquestra Sinfônica de Goiânia (2016); tocou na Orquestra Filarmônica de Goiás (2017) e, desde 2018, integra a OSPA.
Lucas Brayner – Natural de Recife (PE), iniciou seus estudos de piano na França, aos 7 anos de idade, com o professor Jean-Paul Marron e, dois anos depois, com Yves Gidrol. Formado pelo Conservatório de Paris, retornou ao Brasil para cursar bacharelado em piano na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestre em Práticas Interpretativas pela UFGRS, faz doutorado na mesma universidade, sob a orientação de Cristina Capparelli Gerling. Ao lado de Nayane Nogueira, forma o Duo Lune (piano 4 mãos), vencedor do 28° Concurso Nacional de Piano de Ituiutaba (2021). Atualmente, leciona piano no Curso de Extensão da UFGRS.
Nayane Nogueira – Nascida em Canápolis (MG), iniciou os estudos de piano aos 15 anos de idade, no Conservatório Estadual de Música de Ituiutaba. É bacharel em piano pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e mestre e doutora em Práticas Interpretativas pela UFGRS, e professora de teclado/piano no Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Porto Alegre.
Henrique Amado – Natural de São Paulo, iniciou os estudos de música aos 12 anos, na Escola Municipal de Música de São Paulo. Em 2007, ingressou no curso de Bacharelado em Flauta transversal da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Cursou pós-graduação em regência nos anos de 2015 e 2016. Como flautista, integrou diversas orquestras, como: Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Orquestra Experimental de Repertório – SP, Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto – SP, Orquestra doTheatro São Pedro – SP e, atualmente, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA).