“[…] A pintura, datada de 1943, é resultado do aprendizado no ateliê de Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) e apresenta uma imagem construída a partir de um desenho preciso e rigoroso, que mantém a pintura sob controle. É um retrato formal […]. Aqui as regras tradicionais do retrato foram seguidas: busto, em posição em três quartos, com olhar direto para o espectador. A figura foi pintada com cores atenuadas, destacando-se do fundo escuro e a pequena gola branca da roupa da modelo e as áreas destacadas em torno da cabeça, iluminam a face da retratada. A pintura foi executada com tinta rala e as passagens de cor foram atenuadas, não ultrapassando os limites impostos pelo desenho. Há a evidente preocupação em dar um tratamento requintado e elegante ao retrato, mas mantendo a verossimilhança e a verdade psicológica.”

GOMES, Paulo. Iberê e seu ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares. Fundação Iberê Camargo: Porto Alegre, 2015. p. 74.