Carretéis em equilíbrio, 1959
água-tinta (processo do açúcar)
29,9 x 49,6 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo G076-2

Foto © Rômulo Fialdini

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“Mas acontece que eu, em certo momento da minha vida, da minha obra, tomei como modelo o carretel, que é uma forma por si geométrica. Eu colocava o carretel sobre uma mesa assim como faz um pintor de naturezas-mortas, que colocava antes umas laranjinhas, frutinhas, uns bules, umas coisas, objetos, tudo aquilo que tinha no ateliê. Em dado momento eu incorporei esse carretel e depois apenas o carretel passou a ser modelo. Aí então tinha a mesa. Depois a mesa desapareceu e o último resquício da mesa era apenas a linha horizontal. E finalmente desapareceram os carretéis. Perderam a intensidade, o peso, um certo realismo e levitaram.”

COCCHIARALE, Fernando; GEIGER, Anna Bella. Abstracionismo geométrico e informal, a vanguarda brasileira nos anos cinqüenta. Rio de Janeiro: Funarte, 2004. p. 181-182.

 

“[…] Objetos do cotidiano da infância do artista, os agitados carretéis, por mais de 30 anos, se disseminam na obra de Iberê. Com importância de origem biográfica, eles ingressam na poética do artista como objetos de suas ‘reminiscências’ e incorporam dentro de si diversas possibilidades artísticas. Trazem a essa arte interrogações sobre o seu lugar no espaço da pintura, suas relações com a realidade e a matéria da arte, os movimentos antagônicos que contrastam energicamente no interior das telas, até as tentativas obsessivas de quase extrapolar os suportes.”

ZIELINSKY, Mônica. A inquietude da arte. In: ZIELINSKY, Mônica; DUARTE, Paulo Sergio; SALZSTEIN, Sônia. Moderno no limite. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2008. p. 17-18.