Um carretel, 1960
água-forte e água-tinta
49,5 x 28,2 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo G079-1

Foto © Fabio Del Re_VivaFoto

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“Toda uma sabedoria plástica entra em jogo em obras como a gravura em metal Um carretel (1960). Iberê nos leva a percorrer todo o campo impresso, indo de uma textura a outra, da silhueta longilínea do carretel para seus furos redondos, do seu interior vazado para a densidade da trama da água-tinta, da materialidade do objeto para a corrosão do ácido, de sua imobilidade para a tensão dramática da imagem, das linhas do contorno da figura para os limites externos da gravura. Com isso, vai retirando os pontos de apoio de nossa percepção mais realista. O carretel transforma-se em forma plástica. Talvez não seja preciso lembrar a origem da escolha do carretel, brinquedo da infância humilde de Iberê. Nem o seu papel de abertura do diálogo do artista com a abstração. O que espanta na imagem é como Iberê consegue na apresentação de um único carretel reter tanto movimento. […] [Iberê] transformou o carretel imóvel e isolado na figuração da energia e da monumentalidade.”

SIQUEIRA, Vera Beatriz. Cálculo da expressão: Oswaldo Goeldi, Lasar Segall e Iberê Camargo. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2010. p. 29.