Matriz para a gravura Carretéis no espaço, 1960
cobre
29,9 x 49,5 cm
Acervo Fundação Iberê
Tombo MG084
Foto © Fabio Del Re_VivaFoto
“[…] O material da gravura é um material que exige certa disciplina. Quer dizer, há certas coisas que um gravador não pode fazer porque não conseguiria, porque trabalha com o metal, com um material que não é dócil, quer dizer, ele tem a interferência dos ácidos. Há muita coisa entre ele e a expressão que ele busca. Há muitas etapas para se vencer. Ele tem que dominar o material e transformá-lo em expressão. […] O material oferece muita resistência que o pintor precisa vencer. E daí ele tem que tomar precauções. Não se pode fazer as coisas de imediato. Há um tempo em que a chapa dorme no ácido, e esse tempo ele tem que respeitar. Não posso dizer: eu quero isso de imediato, como quero a pintura. Então esse é um empecilho para o gravador. É por isso, por exemplo, que um pintor raramente usa um buril, pois é uma técnica muito fria, uma técnica de muita disciplina, de muito tempo, de muita maestria. Tudo isso o impede de ser um burilista. Ele sempre procura processos mais pictóricos, mais rápidos, para se adaptar à sua necessidade expressiva.”
MARTINS, Carlos; MARTINS, Marcos André. A gravura de Iberê Camargo – uma retrospectiva. Banco Francês e Brasileiro: Porto Alegre, 1990. n.p. (Fala de Iberê Camargo em entrevista).