Esboço para o convite da primeira exposição do Grupo Guignard, 1943
grafite e caneta tinteiro sobre papel
22,1 x 32,5 cm
Acervo Fundação Iberê
Tombo D0620
Foto © Fabio Del Re_VivaFoto
“Depois dessa breve experiência na Escola de Belas Artes, tornei-me aluno de Guignard. Fiz dele meu professor particular. […]
Nesse ano, Guignard começou a dar aulas públicas no terraço da UNE na Praia do Flamengo. Foi então que pensamos em formar um grupo e arranjar um lugar para trabalhar. Elisa [Byington] alugou uma sala na rua Marquês de Abrantes, 4 – uma antiga gafieira, a Flor do Abacate –, que povoou de cavaletes, cadeiras, cortinas, tudo, enfim, que era necessário para o funcionamento do ateliê. Guignard, com seu grande entusiasmo, foi um mestre dedicado. Trabalhamos cerca de um ano. Junto ao ateliê funcionou um curso de história da arte. O grupo realizou uma exposição que ficou assinalada tanto pela agressão do diretório acadêmico da escola, onde Guignard teve a ingenuidade de exibir os nossos trabalhos, como pelos louvores que, em compensação, merecemos da crítica. A agressão teve como pretexto uma entrevista concedida pelo grupo a Dalcídio Jurandir para Diretrizes, contendo crítica ao ensino caduco da escola.
Com a ida de Guignard para Belo Horizonte, o grupo se dissolveu e cada um seguiu o seu caminho.”
CAMARGO, Iberê; MASSI, Augusto (org.). Gaveta dos guardados: Iberê Camargo. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 128-129.