sem título, c.1927/1928
grafite sobre papel
23,5 x 30,5 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo D2029

Foto © Fabio Del Re_VivaFoto

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“É provável que o meu interesse pela arte tenha começado na infância, com a minha paixão pelos lápis de cor e cadernos de desenho. Nascido [em 1914] e criado no interior do Rio Grande do Sul, filho de ferroviário, não tive no lar nenhum estímulo intelectual e artístico. Adolescente, frequentei o curso de pintura da Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, no meu Estado natal. Guiado por um professor acadêmico, disciplinava-me na cópia de desenhos e pinturas de mestres. […] Tinha dezesseis anos. Obrigado a abandonar a escola, interrompi a minha incipiente carreira de pintor, para reiniciá-la nove anos depois, em 1940, à margem de um riacho que atravessa a parte baixa de Porto Alegre. […]”

CAMARGO, Iberê. Minha paixão pelo lápis de cor e caderno de desenho. Rio de Janeiro, maio de 1979. (Entrevista para Pierre Courthion).

 

“A revelação do mundo da arte se dá por meio das revistas ilustradas e nada mais natural que seja a figura humana, ou as pessoas, o seu primeiro objeto de interesse. A cópia é um exercício padrão, seja pelo natural desejo de ‘fazer com as próprias mãos’, seja pela facilidade que a imagem planificada dá ao iniciante que se propõe a difícil tarefa de reproduzir o mundo real. Esses […] desenhos do jovem Iberê (datados de 1927/28, quando o artista estava entre os 13 ou 14 anos) exemplificam esse procedimento e neles temos não somente uma tentativa juvenil, mas já uma queda notável para as questões das artes plásticas, como o cuidado com a linha pura (D2029) e o interesse por temas complexos (D2024 e D2026) com grandes agrupamentos humanos.”

GOMES, Paulo. Iberê e seu ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares. Fundação Iberê Camargo: Porto Alegre, 2015. p. 66. (Observar nota na fonte).