Nos próximos dias 9 e 10 de setembro, a Fundação Iberê realiza um leilão virtual com obras de mais de 120 importantes artistas brasileiros e joias de Branca Dadda, Cartier, De Conto, Dvoskin Kulkes, Essere, Sauer, Sylvia Furmanovich e Priya. Com valores a partir de R$ 250 e possibilidade de pagamento em até dez vezes no cartão de crédito, toda a renda será destinada à manutenção da instituição e futuras exposições e ações educativas.

Este é o primeiro leilão organizado pela Fundação – liderado Ingrid de Kroes, Olga Velho e Cristina Leal com apoio da comissão de 28 embaixadoras e do leiloeiro José Luis Pardo Santayana – totalmente à distância em função da pandemia do coronavírus. Esta modalidade também é uma realidade no mundo inteiro.

Vários leiloeiros estão investindo em tecnologia para oferecer galerias virtuais, com a possibilidade de ver as obras em 360° ou em realidade aumentada e catálogos interativos, o que permite imaginar como seria uma pintura ou uma escultura em casa. No final de março, por exemplo, a Sotheby’s – sociedade de vendas por leilão com sede em Londres – quebrou recordes de venda de objetos de designers totalmente online.

“Os leilões online são uma parte muito importante do futuro porque vemos que isso nos permite alcançar um público mais amplo”, diz Holly Braine, especialista em impressionismo e arte moderna da Sotheby’s que, nos últimos meses, vendeu obras online por mais de 140 milhões de dólares em quase cem leilões em todo o mundo e viu seus compradores aumentarem 34% e um lance recorde de 3,4 milhões de libras (4,2 milhões de dólares).

José Luis Pardo Santayana já sentiu um aumento significativo nos leilões pela internet. Mas como a mudança é ainda muito recente, não há números concretos dessa procura. Com esse boom em meio à pandemia, ele acredita que a modalidade vem para ficar: “O leilão virtual está há muito tempo no mercado, veio para somar. Por meio dele temos uma ampla divulgação e conquistamos novos clientes que podem acessar o conteúdo na hora em que quiserem e de qualquer lugar do Brasil. O único ponto desfavorável é não poder sentir a emoção do público no evento”.

Da mesma opinião compartilha Jennifer Zatorski, presidente da Christie’s America, de Nova York: “É apenas o começo. O mercado de arte e os clientes estão prontos e exigindo essa forma de interação e transação”.

Quanto aos leilões de arte, Santayana diz que no sul do país eles estão ganhando cada vez mais visibilidade. Há um verdadeiro garimpo das raridades do mercado. “Obras de artistas como Iberê Camargo são difíceis de aparecer nos leilões, por isso são sempre mais disputadas”, conta.

LeilõesBR
O leilão da Fundação Iberê será realizado em uma plataforma muito utilizada em âmbito nacional. A LeilõesBR conta com a participação de leiloeiros de todo o país e mais de 100 mil clientes ativos. Para participar é necessário realizar um cadastro no qual o interessado receberá a confirmação e cartela. Os lances poderão ser efetuados assim que o evento for publicado, porém a batida do martelo será somente no dia combinado.

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