A arte contemporânea brasileira perde Carlito Carvalhosa

14.maio.21

A Fundação Iberê manifesta o mais profundo pesar pelo falecimento de Carlito Carvalhosa, aos 59 anos, um dos principais nomes das artes contemporâneas brasileiras. O artista tratava de um câncer no intestino há oito anos e deixa esposa, a fotógrafa e diretora de arte Mari Stockler, e duas filhas. Maria e Cecília.

Ao lado de Paulo Monteiro, Fábio Miguez, Nuno Ramos e Rodrigo Andrade, Carvalhosa foi integrante da Casa 7, um grupo de amigos artistas que se reuniu, na década de 1980, em um ateliê para trabalhar suas propostas estéticas comuns. Fortemente influenciados pelos neoexpressionistas alemães e a transvanguarda italiana, eles faziam, na época, pinturas gestuais de grandes dimensões. Construtivista, Carvalhosa trabalhava principalmente com cera sobre tela, criando peças translúcidas.

Na década seguinte, o artista paulista passaria a criar esculturas feitas em materiais diversos, consagrando-se como um herdeiro dos ideais plásticos de Hélio Oiticica, como aponta Luis Pérez-Oramas, que analisou sua obra em um livro e foi curador da mostra de Carvalhosa no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em 2011.  O artista paulista tornou-se o primeiro artista brasileiro vivo a ter uma exposição solo no museu e, ainda hoje, é um dos poucos nomes que apresentaram seu trabalho na renomada instituição.

Além da mostra histórica no MoMA, as obras de Carvalhosa também foram expostas em várias bienais, entre elas a 18ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 1985, a Bienal de Havana, em Cuba, no ano seguinte, e a Bienal do Mercosul, em 2001 e 2009.