A arte nas Escolas Municipais de Porto Alegre

Lucas Pierozan
22.out.19

O programa Iberê nas Escolas, presente em seis escolas da rede municipal de ensino de Porto Alegre, começa a apresentar os resultados. As atividades propostas pelos arte-educadores são diversas, de trabalhos artísticos a brincadeiras lúdicas, que tem o objetivo de auxiliar a formação dos alunos nos quatro eixos de ensino: letramento, numeramento, iniciação científica e educação do sensível.

A turma da EMEF Leocádia Prestes desenvolveu um livreto de poesias autorais. Com orientação do arte-educador Felipe Fiorenza, o trabalho partiu do recorte e colagem de revistas e jornais para auxiliar de forma criativa na aprendizagem do letramento e formação de palavras. Na mesma escola, na turma da arte-educadora Mariah Pinheiro, os alunos recriaram retratos de artistas de diferentes estilos e épocas da história da arte. A atividade foi um desdobramento, proposto pela educadora, da exposição Selfie: Iberê em modo retrato, que os alunos haviam visitado na Fundação Iberê. As crianças participaram da criação e montagem dos figurinos e fizeram sua interpretação de cada obra, para que as fotografias fossem editadas digitalmente. O resultado desta encenação, deu origem a um jogo de memória, onde a dupla deve ser formada pela obra original e a interpretada pelos alunos. Segundo Mariah “valeu a pena ao perceber as carinhas de surpresa e alegria deles ao se vestirem, se maquiarem e ‘se transformarem em obras de arte’”.

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Já na EMEF Martim Aranha, a arte-educadora Luiza Reginatto, partiu da pergunta “como é um jardim?”, para iniciarem um inventário de plantas conhecidas. Os alunos produziram seus próprios desenhos após conversarem sobre o assunto e terem contato com o livro “Vincent’s Gardens”, que reúne pinturas e desenhos de jardins produzidos pelo artista Vincent Van Gogh. Outro livro que fez parte dos estudos das crianças, foi “Espelho de Artista”, que colocou os alunos da EMEF Lidovino Fanton em contato com a obra de Iberê Camargo e de outros artistas latino-americanos, suas obras e retratos. A atividade tinha intenção de contribuir para a construção do repertório artístico e cultural dos alunos, que produziram seus próprios autorretratos e, a partir deles, puderam começar a construir suas percepções de individualidades, singularidades e expressões.

As atividades propostas pelos arte-educadores do programa, tem intuito de envolver os alunos no contexto das artes-visuais, para estimular a criação, a invenção, e construção da linguagem da arte por meio de várias leituras de mundo. Utilizando diferentes cores, formas, tamanhos, símbolos, cada pincelada é uma história, que possui um contexto cheio de referências para cada aluno.

Para a arte-educadora Mayra Marques, que atua na EMEF Victor Issler, com a diversidade de vivências em arte apresentadas aos alunos até agora, já permitem que eles percebam a arte não só como um desenho ou pintura e que pode ser criada com qualquer material. A educadora tem proposto diferentes atividades artísticas às crianças, auxiliando no processo de aprendizagem e construindo o repertório artístico de cada uma. A turma já produziu gravuras de diferentes técnicas que lhe foram apresentadas, e que possibilitaram trabalhar com o nome de cada uma, fazendo a separação de sílabas, identificação de prefixos e sufixos, auxiliando no letramento.

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O programa Iberê nas Escolas, faz parte da iniciativa da Secretaria de Educação de Porto Alegre, que visa desenvolver atividades no turno inverso das escolas municipais da capital, e conta com o apoio da Viação Ouro e Prata. Até o final deste ano, o programa buscará conectar os alunos à arte como um complemento ao conteúdo trabalhado em sala de aula, buscando desenvolver crianças e jovens com mais autonomia e criatividade.