Santídio Pereira

(Curral Comprido, PI, 1996)

Santídio Pereira mudou-se para São Paulo em 2002, com apenas seis anos. Aos oito, ingressou nas “oficinas de fazeres” do Ateliescola no Instituto Acaia, uma ONG privada. Aos 14, começou a gravar sob orientação de Fabrício Lopez e Flávio Castellan e, aos 18, se despediu do tempo permitido na ONG, determinado a ser artista.

A xilogravura atendeu aos primeiros interesses do artista, que desenvolveu procedimentos próprios de trabalho, como a que ele denomina “incisão, recorte e encaixe”, ou seja, a composição por meio da combinação de várias matrizes recortadas, como peças de um quebra-cabeça.

São duas as séries de xilogravuras mais representativas de Santídio: “Pássaros” (2018) e “Bromélias” (2019). A memória afetiva levou o artista a investir numa pesquisa iconográfica sobre os pássaros da Caatinga do Piauí. Além de procurar entender os saberes populares e a relação das pessoas com esses animais, Santídio foi estudar biologia e mitologia. Mais tarde, a partir da residência artística Kaaysá, realizada em Boiçucanga, litoral de São Paulo, surgiu a série de bromélias. Da mesma forma que inspirou Roberto Burle Marx, essa planta tropical tipicamente brasileira também foi um grande objeto de investigação de Santídio, que investiu em viagens pelo país para o exercício da observação, além do estudo científico.

Em 2022, apresentou na Fundação Iberê a exposição “Santídio Pereira – Incisões, recortes e encaixes”,  sua primeira individual em um museu.