Barra Shopping Sul recebe edição do Festival de Cinema Acessível Kids

06.ago.25

“Meu Malvado Favorito 2”, rRealizado em parceria com Fundação Iberê, será exibido em duas sessões – uma pela manhã e outra à tarde – no dia 13 de agosto, quarta-feira. A entrada é franca, mas é necessário reservar lugar. No dia 3 de setembro, das 14h às 18h, haverá uma oficina de capacitação de professores das escolas públicas da região

 

No dia 13 de agosto, o Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional estará no Cinemark, no Barra Shopping Sul para duas sessões: às 9h30 e às 14h30. O filme exibido será “Meu Malvado Favorito 2”. A entrada é franca, mas é preciso reservar lugar pelo e-mail maiscriancas@maiscriancas.org.br.

O Festival é voltado a crianças cegas ou com baixa visão, surdas ou com deficiência auditiva ou com deficiência intelectual ou cognitiva e, também, para a população de baixa renda e situada em regiões de pouco acesso a equipamentos culturais. No projeto, que integra o Criança Esperança, os filmes exibidos sempre contam com os recursos de audiodescrição, legendas descritivas e LIBRAS. Na maioria dos eventos são realizadas também uma ou mais oficinas de capacitação em inclusão social para grupos de até 25 professores das escolas públicas. Desta vez, a oficina acontece no dia 3 de setembro, das 14h às 18h, na Fundação Iberê, instituição parceria desta edição.  

O projeto nasceu há dez anos em Porto Alegre, como Festival Cinema Acessível, por Sidnei Schames, presidente da OSC Mais Criança e diretor da empresa Som da Luz. Logo na estreia, em 2015, seu filho, David, então com oito anos, não pôde entrar no cinema por não ter a idade necessária. Acabrunhado, exclamou: “meu pai criou um Festival Acessível para os outros; mas não é acessível para mim!”. Logo depois, transformou a indignação no Festival de Cinema Acessível Kids: leve seu pai ao cinema”.

Esse é o projeto que estreou em 2017 e que recebeu a chancela da Unesco. Em 2022 foi expandido, com a participação na 36ª edição do Criança Esperança, onde ganhou uma maior relevância e saiu pela primeira vez da região Sul do país. No ano passado, participou da 38ª edição do Criança Esperança.

Este ano estão previstas mais ações no Rio Grande do Sul, onde o Festival de Cinema Acessível Kids visitará escolas atingidas pelas enchentes. Também neste segundo semestre de 2025, o Festival de Cinema Acessível Kids estará em Florianópolis e Brasília.

Recursos de audiodescrição, legendas descritivas e Língua Brasileira de Sinais
De acordo com Sid, a audiodescrição permite ao público com deficiência visual (pessoas cegas ou com baixa visão) ter acesso aos filmes através da descrição dos elementos visuais da obra. Pesquisas demonstram que esse recurso beneficia, ainda, espectadores com autismo, Síndrome de Down, deficiência intelectual e déficit de atenção.

As legendas e a janela de Libras trazem acessibilidade ao público com deficiência auditiva. Além dos filmes acessíveis, o Festival promove uma recepção acolhedora do público, para que todos se sintam bem e possam aprender uns com os outros a partir das sessões de cinema.  Na maioria dos eventos, como destacamos no início do release, acontece também uma ou mais oficinas de capacitação em inclusão social para grupos de até 25 professores das escolas públicas.

No evento do dia 13 de agosto, o Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional tem a produção da Mais Criança, e conta com os seguintes apoiadores: Som da Luz, Fundação Iberê, Barra Shopping Sul, Dextera, Total Seguros, Gontof Comunicação, Expressão Natura, Bem Promotora, Camale, iQueest Sopa Digital, Senado Federal e Mundo Melhor.

Sobre o Festival de Cinema Acessível Kids
Até hoje, em suas versões adulto e infantil, o Festival de Cinema Acessível foi assistido por cerca de 23.642 pessoas, em 41 cidades com um total de 127 exibições.

Exibição de filmes e oficinas para professores
Desde 2022, o Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional passou a ser alicerçado em duas grandes ações: a exibição de filmes acessíveis com um debate após a sessão e a capacitação de professores das escolas públicas em inclusão social, em oficinas de seis horas, para grupos de até 25 professores.

Isso porque no Criança Esperança o projeto integra, no âmbito educacional, a formação de educadores inclusivos. Tem como foco desencadear um processo de inclusão educacional e social das crianças, adolescentes e jovens com e sem deficiência; e outros grupos minorizados. Para valorizar a educação e lutar contra a evasão escolar, o projeto busca atuar de forma mobilizadora e fortalecer os vínculos de alunos e professores, através de atividades lúdicas que despertem o interesse de crianças e jovens no convívio entre os diferentes.

“O investimento na formação das crianças garante uma sociedade melhor no futuro. Ações como esta do Festival possibilitam que as crianças e jovens já cresçam em um contexto que acolhe e respeita as particularidades de cada indivíduo. Estar em um ambiente com pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência, com todos assistindo a um filme de forma independente, provoca de maneira efetiva o pensar no que realmente podemos e sobre o que precisamos para exercer o nosso direito à cidadania. O acesso à cultura é fundamental. É notável a diferença na formação do adulto se já na infância houver a convivência e a troca entre crianças com e sem deficiência”, diz Sidnei Schames.

O Festival de Cinema Acessível Kids traz como diferencial a adaptação de obras cinematográficas infanto-juvenis, mas que fazem sucesso com a família toda. Oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população privada do direito de ter acesso à magia do cinema. As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas.

Os filmes têm audiodescrição das cenas para quem não enxerga, janela de libras para quem não ouve e legendas descritivas para quem não sabe Libras. “Para chegar às telas de cinema com toda a acessibilidade necessária, tudo é gravado em estúdio. É preciso de tecnologia e muita sensibilidade”, diz Schames. E acrescenta: “Todos somos diferentes, mas podemos compartilhar uma mesma sala de cinema. Nas sessões tem o pai com deficiência visual, com o filho que enxerga; a filha com deficiência auditiva com a mãe que escuta, crianças com deficiência intelectual ou cognitiva e todos estão juntos se divertindo no cinema”.  David, hoje com 18 anos, afirma: “Criamos o Festival para todo mundo ser igual. Não igual no sentido de ter as mesmas características, mas os mesmos direitos e possibilidades. É um momento de inclusão estar todo mundo, pessoas com e sem deficiência, assistindo ao filme”.

Quando David e Sid contam sobre pessoas sem deficiência, se referem à presença de familiares, crianças, adolescentes e jovens não PCDs; e também a quem vai às exibições como um exercício de aprendizado e empatia. “Fizemos sessões em escolas, onde as crianças assistem aos filmes de olhos fechados ou com venda nos olhos, para sentir como é um mundo sem imagens. Assim, esses alunos tentam se colocar na posição do ‘Outro’ e aprendem a entender e respeitar as diferenças”, reflete Sid.

O organizador destaca as oficinas para a formação de educadores inclusivos que acontecem em edições do Festival de Cinema Acessível Kids, como parte do Criança Esperança. “Temos contribuído com os educadores para fazer o acolhimento de forma adequada. Cumprimos uma função muito importante, já que aumentamos – e precisamos ampliar ainda mais – a velocidade dessa mudança na sociedade. Se mostramos que a inclusão é perfeitamente possível, ela se torna natural. Estamos fazendo parte de uma história importante, do caminho da acessibilidade, de tudo para todas as pessoas”, reflete Schames, que acrescenta: “O reconhecimento e a continuidade do nosso trabalho são uma comprovação de que estamos no caminho certo na construção de uma sociedade melhor e igualitária”.

Lei de Inclusão
Em dezembro de 2015, a Lei Brasileira da Inclusão surgiu para reforçar o direito das pessoas com deficiência quando, em seu primeiro artigo, diz que “é instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania.”

A participação das pessoas com deficiência é um direito inquestionável, porém ainda não é concreto e pleno. “As leis existem, mas na prática não são cumpridas. Por isso entendemos que projetos como esse, que promovem a acessibilidade e inclusão de todos, ainda são fundamentais. O Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população que é privada do direito de ter acesso à magia do cinema. “As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, são invariavelmente assistencialistas”, diz Schames.

O Festival de Cinema Acessível Kids, assim como o Festival de Cinema Acessível, segue os direcionamentos presentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU. Contribui diretamente para a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promove a oportunidade de aprendizagem, crescimento inclusivo e sustentável da sociedade e oportuniza trabalho digno para todos (pessoas com e sem deficiência). “Estamos alinhados com os objetivos do desenvolvimento sustentável – ODS 4, ODS 8 e ODS 10 – e participamos diretamente da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, conta o presidente da Mais Criança.