Coleção Oxenford, considerada a mais expressiva de arte contemporânea da Argentina, será apresentada na Fundação Iberê
“Un lento venir viniendo – Capítulo III” fica em cartaz de 7 de dezembro a 23 de fevereiro. A abertura contará com a performance de bailarinos
No dia 7 de dezembro, a Fundação Iberê inaugura a exposição “Un lento venir viniendo – Capítulo III”, um recorte da coleção do empresário argentino Alec Oxenford, que, atualmente, reúne 600 peças de 200 artistas e promove um panorama de arte contemporânea daquele país entre o final do século 20 e início do 21. Às 15h, será realizada a performance “Soy un disfraz de tigre”, da artista plástica Cecilia Szalkowicz (ARG), e às 16h, uma visita guiada pelo poeta e curador independente Mariano Mayer (ARG).
A seleção de trabalhos e de artistas para “Un lento venir viniendo” foi dividida em “capítulos” para as três mostras no Brasil, que já passou pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói (Capítulo I) e Instituto Tomie Ohtake (Capítulo II), em São Paulo. Na Fundação Iberê (Capítulo III), o episódio estético de destaque é a literatura do porto-alegrense João Gilberto Noll (1946-2017), e, em particular, “A céu aberto”, obra que transborda de imagens e procedimentos para dar forma a uma sensibilidade que desafia a nossa própria experiência de mundo.
“Pensamos nas relações com cada cidade e com a arquitetura de cada museu. É realmente como uma história contada em diferentes capítulos. O título (“Um lento vir vindo”, em tradução livre) aponta este movimento, de criar um vínculo aos poucos, e que ele se estabeleça nas duas direções. O ‘Capítulo III’ descobre no conjunto de afetos precários uma zona para o encontro e a retroalimentação entre duas forças experimentais: a literatura de NoII e a arte. A potência precária age como uma plataforma interpretativa com a que as peças selecionadas nos per mitem voltar a experimentar a arte e o mundo, as suas possibilidades e as suas impossibilidades”, destaca Mayer.
Para Emilio Kalil, diretor superintendente da Fundação Iberê, “a proximidade histórica e geográfica entre o sul do Brasil e a Argentina oferece um cenário propício para a realização desta exposição. Nossa Capital serve, agora, como ponte natural para a troca de influências e para a compreensão mútua das manifestações artísticas contemporâneas que emergem no país vizinho, reforçando a conexão histórica entre as duas nações e estimulando o intercâmbio cultural na região, aprofundando laços e incentivando futuras colaborações entre artistas e insti- tuições dos dois lados de nossas fronteiras”.
“Capítulo III”, que ocupará o segundo andar da Fundação, é composta por 50 obras de 45 artistas e apresenta uma diversidade de linguagens, entre pinturas, fotografias, vídeos, instalações visuais e sonoras, performances, esculturas, colagens e publicações, propondo uma reflexão sobre a “potência do precário” como uma condição de constante transformação e instabilidade, tanto nos objetos quanto nas pessoas.
Participam da mostra na Capital gaúcha trabalhos de Alejandra Mizrahi, Amalia Pica, Cecilia Szalkowicz, Clara Esborraz, Jane Brodie, Inés Raiteri, Julieta García Vázquez e Sofía Bohtlingk, Karina Peisajovich, Luciana Lamothe, Lucrecia Plat, Malena Pizani, María Guerrieri, Mariana López, Paula Castro, Sol Pipkin, Valentina Liernur, Valeria Maggi, Agustín Inchausti, Alberto Goldenstein, Alfredo Londaibere, Diego Bianchi, Dudu Quintanilha, Ernesto Ballesteros, Faivovich & Goldberg, Feliciano Centurión, Gastón Persico, Jorge Macchi, Leopoldo Estol, Luis Garay, Miguel Mitlag, Nicolás Martella, Oscar Bony, Ruy Krygier, Santiago de Paoli, Tirco Matute e Ulises Mazzucca.
Alec Oxenford
Cofundador da OLX e da letgo, Alec Oxenford é um empresário argentino residente no Brasil. É grande colecionador e membro ativo de comunidades internacionais em prol das artes latino-americanas. Entre 2013 e 2019, dirigiu a Fundación ArteBA. Atualmente, é membro do Acquisition Committee do MALBA e da Latin American and Caribbean Fund (LACF) do MoMA.
Mariano Mayer
Nascido em Buenos Aires, Mariano Mayer é poeta e curador independente. Entre seus últimos projetos como curador, figuram Prudencio Irazabal (MUSAC, León, 2024) e Táctica Sintáctica (Marres, Mastricht, 2023 e CA2M, Móstoles, 2022). Publicou também Ir al motivo (Galeria Elba Benítez, Madrid, 2023), Fluxus Escrito (Caja Negra, Buenos Aires, 2019) e Justus (Câmara Municipal de Léon, 2007) e dirigiu o programa em torno da arte argentina: Una novela que comienza (CA2M, Móstoles, 2017).