Destaque na 58ª Bienal de Veneza, Swinguerra será exibido na Fundação Iberê

Roberta Amaral
31.out.19

A obra documental-musical dos artistas Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, comissionada pela Fundação Bienal para representar o Brasil em Veneza, acompanha três grupos de dança da periferia de Recife

No dia 10 de novembro, domingo, o Cine Iberê exibe dois filmes em diálogo com a 33ª Bienal de São Paulo – Itinerância Porto Alegre. Às 16h tem A vingança do cinegrafista (La Revanche du Ciné-opérateur), de Ladislas Starevich, com música composta e executada ao vivo por Vagner Cunha. E às 17h, sessão comentada do curta Swinguerra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, com a jornalista Gabriela Almeida.

Com curadoria da produtora de cinema e artes visuais curadoria de Marta Biavaschi, a proposta do Cine Iberê é apresentar filmes raros sempre relacionados às exposições da Fundação.

Curta, mudo e animado de 1912
A Vingança do Cinegrafista é um filme mudo de animação realizado em stop-motion e protagonizado por besouros. Uma fábula sobre ciúme e infidelidade, com toques de cinismo. A obra integrou a exposição Stargazer II [Mira-estrela II], com curadoria da sueca Mamma Andersson, na Bienal de São Paulo de 2018.

Ladislas Starevich (1882-1965) é cineasta, roteirista, diretor de arte e fotógrafo russo radicado na França. Funcionário do Museu de História Natural, o pioneiro da animação em stop-motion utilizava insetos e outros animais como protagonistas de suas histórias.

Vagner Cunha é compositor, arranjador e multi-instrumentista e atua nos mais diversos estilos na cena musical contemporânea. Atualmente, é diretor musical da Camerata Ontorte Recanto Maestro e dedica-se às apresentações da Ópera O Quatrilho, composição de sua autoria, com libreto de José Clemente Pozenato.

Swinguerra
Sucesso de público e de crítica, Swinguerra acompanha três grupos de dança da periferia de Recife e apresenta um retrato complexo e empático do Brasil. O título foi inspirado pela swingueira, movimento popular de dança do nordeste brasileiro, em fusão com a palavra guerra.

Conhecidos pela pesquisa sociológica e estética de músicas e danças populares, Bárbara e Benjamin optaram por dar protagonismo a este movimento cultural que nasce de uma mistura inusitada: o frevo já impregnado nos corpos junta-se à dança que se estrutura a partir das quadrilhas de São João, enquanto a trilha sonora traz uma seleção de canções do pagode baiano, e os grupos, de 10 a 50 bailarinos, são avaliados em competições sob os mesmos critérios dos desfiles de escolas de samba.

Gabriela Almeida é Doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS, com estágio na Universidad Autónoma de Barcelona. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA, é professora e coordenadora do curso de Jornalismo da UniRitter (RS) e integra a rede de pesquisadores e artistas Radical Film Network e a Latin American Studies Association (LASA). Coordena o GP Estéticas, Políticas do corpo e Gêneros da Intercom, e, como pesquisadora e docente, tem como temas cinema não-ficcional, ensaio fílmico e interseções entre cinema e artes visuais.

PROGRAMAÇÃO
10 de novembro | Auditório
16h – Cinema Mudo com Música ao Vivo
A vingança do cinegrafista
Ladislas Starevich, 13min, 1912, França
Música composta e executada ao vivo por Vagner Cunha
Classificação indicativa: 16 anos
Entrada gratuita (por ordem de chegada)
Agradecimento especial: Vagner Cunha

17h – Sessão Comentada
Swinguerra
Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, 23min, 2019, Brasil
Sessão comentada com Gabriela Almeida
Classificação indicativa: 14 anos
Entrada gratuita (por ordem de chegada)
Cortesia: Fortes D’Aloia e Gabriel, São Paulo e Rio de Janeiro
Agradecimentos especiais: Bárbara Wagner, Benjamin de Burca, Cacilda Teixeira da Costa, Gabriela Almeida e Fundação Bienal de São Paulo