Iberê Camargo em seu ateliê da rua Joaquim Silva, Lapa, Rio de Janeiro, 1959.

Acervo Documental Fundação Iberê Camargo

Tombo F6000

“Aproximadamente em 1958, uma hérnia de disco, provocada pela suspensão de um quadro no cavalete, obrigou-me a trabalhar quase que exclusivamente no ateliê. Seja por essa razão ou por motivos inconscientes, meus quadros começaram pouco a pouco a mergulhar na sombra. O céu das paisagens tornou-se azul-escuro, negro, dando ao quadro um conteúdo de drama. Surgem, então, os carretéis sobre a mesa, depois no espaço. Os carretéis são reminiscências da infância. São combates dos pica-paus e dos maragatos que primo Nande e eu travávamos no pátio. Eles estão impregnados de lembranças. Pelas estruturas de carretéis, cheguei ao que se chama, no dicionário da pintura, arte abstrata.”
CAMARGO, Iberê; MASSI, Augusto (org.). Gaveta dos guardados: Iberê Camargo. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 134.”

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