Exposição coletiva reúne gravuras de 27 artistas de diferentes matizes no Instituto Ling
Com curadoria de Eduardo Haesbaert, a mostra apresenta 30 obras, sendo 22 delas inéditas, selecionadas na Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê. Visitação de 29 de março a 28 de maio com entrada franca
O Instituto Ling inaugura no dia 29 de março a mostra UMA EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA: Ateliê de Gravura da Fundação Iberê. A exposição coletiva reúne obras produzidas nas mais variadas técnicas da gravura em metal, assinadas por 27 artistas de diferentes matizes: Alex Cerveny, Álvaro Siza, Angelo Venosa, Antonio Dias, Carlos Contente, Daniel Escobar, Daniel Melim, Elida Tessler, Iberê Camargo, José Bechara, José Resende, Lia Menna Barreto, Lucas Arruda, Luiz Carlos Felizardo, Luiz Eduardo Achutti, Maria Lucia Cattani, Maxwell Alexandre, Miguel Rio Branco, Nuno Ramos, Paulo Monteiro, Rafael Pagatini, Regina Silveira, Santídio Pereira, Saint Clair Cemin, Teresa Poester, Waltercio Caldas e Xadalu Tupã Jekupé.
A mostra traz um recorte da Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê, com 30 obras, sendo 22 delas inéditas, escolhidas sob a coordenação do curador desta exposição, Eduardo Haesbaert, que foi assistente e impressor de Iberê Camargo. Durante os últimos anos de sua vida, até seu falecimento em 1994, Iberê manteve em sua residência um ateliê de gravura com uma prensa alemã, em que criava obras na técnica de gravura em metal. No Programa Artista Convidado, implantado em 2001, profissionais de projeção nacional e internacional, não necessariamente habituados à técnica da gravura, eram convidados para se debruçar sobre ela durante uma semana, com o objetivo de criar obras inéditas. A coleção original, composta pela Fundação Iberê ao longo dos anos, contém mais de 300 gravuras assinadas por artistas contemporâneos do Brasil e do exterior.
A exibição poderá ser conferida na galeria do Instituto Ling até o dia 28 de maio, sempre com entrada franca. Há opção de visitas livres de segunda a sábado, das 10h30 às 20h, e a possibilidade de visitas com mediação nas sextas e sábados, às 16h e às 18h, mediante agendamento prévio e sem custo no site www.institutoling.org.br. A mostra é conceitualmente dividida em seis módulos temáticos: mapas, natureza, linhas, escritas, abstrações e figuras. Confira detalhes sobre cada um deles:
Mapas – Com a bússola na localização da residência artística, pontos cardeais são expressos a partir de traçados do atlas universal. Na visão do mundo de cada artista, mapas sugerem uma nova cartografia.
Natureza – Em planos aproximados de elementos da natureza, composições entre figuras e paisagens panorâmicas; manchas orgânicas, como rastros de memórias da planta colhida no terreno da Fundação; edificações históricas sombrias, queimadas; e o resgate da memória dos povos originários, com suas iconografias que nos trazem o sentido da preservação e da cosmovisão lendária.
Linhas – As linhas pulsantes trazem um sentido de traço da vida. Esboçam o edifício da Fundação e rabiscam energicamente, marcam o gesto. Emaranhadas, repetidas e calculadas, são simples. A simplificação de uma forma. “Uma linha reta contém muitas curvas”, como já disse Iberê Camargo.
Escritas – Um jogo de palavras, números, sinais e inscrições gráficas é proposto pelos artistas. Por vezes, suprimindo conteúdos apropriados, eles criam um novo conceito para a narrativa anteriormente expressa. Também indicam uma localização, um sinal quantitativo ou qualitativo de um pensamento transfigurado.
Abstrações – Gestos transgressores do real criam formas singulares. Com matéria pictórica de cores vibrantes e pretos genuínos da impressão gráfica, em suas potências máximas, os artistas apresentam universos abstratos e subjetivos para nossa percepção.
Figuras – Experiências conceituais expressas em retratos, objetos e modelos. Obras que evocam a figura humana, por vezes fantasmagórica. Neste módulo está incluso Iberê Camargo, com sua gravura intitulada “Mulher sentada”.