7 Mestres do Design Gráfico Japonês

03.dez

26.fev.23

Admirar um bom cartaz é se deparar com uma imagem que, através dos olhos, vai direto à alma, nos colocando à margem da indiferença. É, também, experienciar um jogo da arte envolvendo apenas papel, imaginação e luz.

Herdeiros de uma tradição milenar, os japoneses não têm obstáculos para se fazerem contemporâneos. Firmes em suas raízes, encontram a melhor forma de atravessar o tempo – não para serem outros, mas eles mesmos em permanente transformação, com suas raízes e visões projetadas no horizonte.

Certa vez, um designer afirmou que o cartaz teria seu equivalente literário na epígrafe; no caso desta mostra, arriscaríamos dizer que é no Haiku, antiga forma de poesia japonesa de grande concentração conceitual, fruto de uma contemplação ativa. Assim, um cartaz bem resolvido proporciona imagens estimulantes, repletas de conteúdos que comunicam diretamente ao nosso ser, como neste haicai, escrito em cerca de 1684:

Velho tanque.
Uma rã mergulha.
Barulho da água.
(Matsuo Bashō, tradução de Cecília Meireles)

Através de poucas palavras, este haicai ilustra a natureza contemplada por Bashō. São imagens e sons realizados com precisão em nossa consciência, tendo como instrumento a linguagem escrita: palavras filtradas pela percepção de espírito do seu autor.

Estamos, sem dúvida, diante da obra, que não é o objetivo, mas o caminho de sete criadores que proporcionam um meio, uma direção e um significado à arte do design gráfico, nos mostrando, através de diferentes formas, uma característica que os une: a excelência imaginativa, a qualidade da produção e a difícil simplicidade na qual se resolve o desafio de criar um cartaz para comunicar mensagens artísticas, culturais, comerciais e sociais.

Fundação Japão de São Paulo

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