Iberê Camargo: diálogos no tempo

Curadoria

Angélica de Moraes

09.abr

26.mar.17

Esta exposição é uma investigação sobre o DNA da obra de Iberê Camargo. Trata-se de identificar algumas chaves de leitura para a fruição da produção realizada pelo artista ao longo de mais de meio século de atividade ininterrupta. Foram colocados lado a lado trabalhos que nos permitem rastrear os segmentos dessa hélice de cromossomos de traços e tinta, desdobrada em combinações que estabelecem as características da contribuição estética do autor.

O foco na produção dos anos 1980 foi uma decisão baseada no fato de que só podemos tratar com alguma verdade do que conhecemos de perto. Foi nessa época que tive o privilégio de um convívio mais estreito com o artista. Foi também nos anos 1980 que Iberê empreendeu um decisivo retorno à figura humana. Embora nunca tenha abandonado completamente a figuração, mesmo em suas fases mais abstratas.

Destacou-se também a importância conferida pelo artista às superfícies líquidas, aos reflexos que deformam o que espelham. Algo que logo passou de assunto a linguagem, com a tinta farta assumindo profundezas aquáticas ou buscando rastros de luz em matéria lodosa, mexida e remexida. A concisão da linha atravessa toda a mostra, seja no seu elemento natural (a gravura e o desenho), seja na sua transposição para as telas, sulcando-as em profundidade.

Angélica de Moraes

 

Imagem: Vista parcial da exposição “Iberê Camargo: diálogos no tempo”, que esteve em cartaz na Fundação Iberê Camargo de 09 de abril de 2016 a 26 de março de 2017. Foto © Nilton Santolin

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