Velho vira caricatura, 1994
guache e lápis Stabilotone sobre papel
69,6 x 50 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo D0020

Foto © Fabio Del Re VivaFoto

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“[…] Se retratar-se revela narcisismo, todos os pintores o são. Na sucessão de minha imagem no tempo, ela se deteriora como tudo que é vivo e flui. Muitas vezes, me interroguei diante do espelho. No passar do tempo, nos transformamos em caricaturas.”

LAGNADO, Lisette. Conversações com Iberê Camargo. São Paulo: Iluminuras, 1994. p. 32. (Fala de Iberê Camargo).

 

“Velho vira caricatura, de 1993, faz parte de uma série de autorretratos que Iberê faz dos seus últimos anos de vida. A caricatura é o risco de toda visão expressionista, se produz ao observar as formas e entendê-las como signos e interpretá-los. Sem dúvida, Camargo sofreu a velhice como a evidência mais extrema da tirania do tempo. O tempo que apagava seu brilho exterior deixando exposto como no retrato de Dorian Gray – o padecer da alma, seus vícios e contradições: o velho como máscara patética. No entanto, esses retratos, longe de serem impiedosos, convertem-se em catarse paródica, riso de si mesmo. […]”

HERRERA, María José. Iberê Camargo: um ensaio visual. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2009. p. 18.