sem título, 1991
guache e lápis Stabilotone sobre papel
30,4 x 23,4 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo D0430

Foto © Rômulo Fialdini

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“[…] Eu não tenho uma intenção, tenho um desespero, uma ansiedade, tenho que passar para o quadro tudo o que está se passando em mim, todos os meus sentimentos, tudo o que eu penso ver. Porque na verdade, quando nós interpretamos uma figura, nós vemos, ou supomos ver, alguma coisa que está naquela figura, dentro dela. Aquilo é um ser, é uma coisa viva, e eu tenho essa coisa de penetrar, quer dizer, de sugar, como se eu quisesse te roubar a alma. Eu tenho que tirar de ti tudo o que tens de vital, por isso tens que participar também daquela minha formação. Eu nunca poderia ser um decorador, porque até acho que não gosto de cor… […] A minha paleta é uma paleta do sentimento, é uma paleta da alma, dos meus sentimentos… Porque senão eu diria: o quadro mais belo que eu conheço, o mais fabuloso, é o arco-íris, o mais perfeito, o mais puro… Mas eu não quero saber do arco-íris, quer dizer, o arco-íris fica no céu, muito bem, mas para mim de nada serve.”

COTRIM, Cecília. A paixão na pintura. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 34, 1992: p. 110. (Fala de Iberê Camargo).