Autorretrato, 1943
grafite e nanquim sobre papel
32,3 x 23,6 cm
Acervo Fundação Iberê
Tombo D0802
Foto © Fabio Del Re_VivaFoto
“‘O autorretrato é uma introspecção, um olhar sobre si mesmo. É ainda uma interrogação, cuja resposta é também pergunta. Essa imagem que o pintor colhe na face do espelho, ou na superfície tranqüila da água (…) revela como ele se vê e como olha o mundo’.
Assim pensava Iberê para quem também o retrato, e a pintura em geral, era uma das maneiras do homem reter o tempo. […]
[…] Outro desenho contemporâneo mostra Iberê com os atributos de seu ofício: no plano de fundo à direita, uma vasilha com pincéis deixa clara sua ocupação. Novamente são seus olhos grandes e inquisidores que nos permitem entrar na cena. O artista veste os atributos da sua profissão. Desafia a si mesmo com sua própria imagem diante do espelho. Sou quem enxergo e represento o que sou, desvelando sua alma ao contemplador. Valente, temeroso, soberbo, melancólico, a história de uma vida é contada por seu protagonista. Como se fosse um verdadeiro manifesto visual, o retratado se envolve de objetos, ambientes ou cores que aportam informação a respeito da sua identidade.”
HERRERA, María José. Iberê Camargo: um ensaio visual. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2009. p. 14-15.