sem título, 1993
guache, nanquim e lápis Stabilotone sobre papel
34,7 x 50,1 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo D0885

Foto © Fabio Del Re_VivaFoto

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“Em grandes telas, as obras de Iberê propõem, nesse momento, questões de escala. […]
Alguns quadros de dimensões mais reduzidas permeiam a existência dessas telas maiores, assim como densos guaches, nos quais a questão da escala não se coloca. Obras como Mulher e manequim de 1991, por exemplo, oferecem proporções menores de suporte, como os diversos desenhos das Idiotas. Mesmo assim, o forte impacto desses trabalhos provém da pesquisa obsessiva engendrada no ato de sua realização; mais ainda, na força inventiva de Iberê, observável na maestria do emprego dos meios da pintura (extrapoladas aos seus desenhos e guaches). Basta atentar ao léxico cromático que constitui essas obras, pois nelas as convenções referidas por Foster vêm à luz. Os tons violáceos que cobrem corpos quase atrofiados remetem às cores da morte, os terrosos à própria terra que os acolherá, os céus avermelhados à luz do ocaso; todas essas referências, como convenções, se fazem conhecidas e, ao estarem entrecruzadas, podem remeter ao momento extremo da vida e à solidão que lhe é inerente, um dado essencial na obra do artista.”

ZIELINSKY, Mônica. A inquietude da arte. In: ZIELINSKY, Mônica; DUARTE, Paulo Sergio; SALZSTEIN, Sônia. Moderno no limite. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2008. p. 26-28.