Índio, 1990
guache e lápis Stabilotone sobre papel
69,9 x 50,1 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo D1144

Foto © Fabio Del Re_VivaFoto

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Neste desenho de contornos primitivos, intitulado Índio, vemos um rosto que ora parece surgir do fundo, ora parece estar desaparecendo nele, em uma possível metáfora sobre a invisibilidade das populações indígenas presentes no meio urbano.

É provável que Iberê tenha se inspirado na figura de um índio presente no Parque da Redenção, uma vez que até hoje encontram-se nele diversas famílias, principalmente dos povos Guarani, Kaingang e Charrua. Em especial aos domingos, essas famílias estão presente no parque e dependem, muitas vezes, do comércio de cestarias, esculturas em madeira e plantas para sua subsistência. Além disso, o fundo do desenho representa uma mata densa, azulada e sombria, como o artista tratou a vegetação do parque em diversas de suas obras.

Nos anos de 1990, Iberê já morava em sua última casa-ateliê, localizada no bairro Nonoai (termo de origem Kaingang que significa “dormindo ferido”), a cerca de 10 quilômetros do parque, mas seguiu frequentando-o.

As três maiores populações indígenas de Porto Alegre são os Guarani, Kaingang e os Charrua.