Autorretrato, 1994
nanquim sobre papel
31 x 23 cm
Acervo Fundação Iberê
Tombo D1150
Foto © Fabio Del Re_VivaFoto
“[…] Sem dúvida, Camargo sofreu a velhice como a evidência mais extrema da tirania do tempo. O tempo que apagava seu brilho exterior deixando exposto como no retrato de Dorian Gray – o padecer da alma, seus vícios e contradições: o velho como máscara patética. No entanto, esses retratos, longe de serem impiedosos, convertem-se em catarse paródica, riso de si mesmo. É o caso de um desenho de 1994 no qual ao endurecimento de seus traços, excessivamente afiados, ou à calvície, Iberê opõe uns olhos intensos, vivazes, como os de seus retratos juvenis. O olhar, o que distingue sua identidade como artista.”
HERRERA, María José. Iberê Camargo: um ensaio visual. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2009. p. 18.