sem título, 1993
guache, nanquim e lápis Stabilotone sobre papel
25,1 x 35 cm
Acervo Fundação Iberê
Tombo D3198
Foto © Rômulo Fialdini
“Não deixa de ser instigante que um artista tão pouco indulgente com a cultura de massa como Iberê tenha se interessado pelos manequins expostos nas vitrines, ao ponto de torná-los um dos motivos centrais de sua última produção. […] Nos manequins de Iberê não há, parece-me, nem a busca de uma essência metafísica (ainda que, no caso de De Chirico, essa essência seja uma ausência), nem a construção de um objeto de desejo. Reduzidos ao plástico nu ou enfeitados de uma maneira que não deixa de ser grotesca, esses seres que simulam a vida são companheiros naturais das mulheres sentadas, das idiotas, dos ciclistas, com que compartilham o espaço de tantas telas e gravuras. O que os une é uma disponibilidade inerte para o mundo, sem mais sentido, sem mais desejo: são junkbodies, corpo-lixo. […]”
MAMMÍ, Lorenzo. Iberê Camargo: as horas [o tempo como motivo]. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2014. p. 14-15.