Paisagem 3, 1956
água-tinta (crayon litográfico, processo do açúcar e processo pictórico)
29,8 x 39,2 cm
Acervo Fundação Iberê

Tombo G059-1

Foto © Mathias Cramer

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“Viajei por vários países da Europa para ver arte. Regressando ao Brasil nos fins de novembro de 1950, recomecei a pintar e a gravar, ainda atordoado pelo que tinha visto e ouvido. Convencido de que a única maneira de reencontrar-me era olhar com simplicidade o mundo que me cercava, com olhos de criança. Passei então a interpretar a paisagem carioca (morávamos em Santa Teresa) com uma paleta luminosa onde predominavam os roxos, os azuis e os ocres. Esse é o período de paisagens de Santa Teresa. Nessa época pintei muitas naturezas-mortas e fiz muitas gravuras.”

CAMARGO, Iberê; MASSI, Augusto (org.). Gaveta dos guardados: Iberê Camargo. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 133-134.

 

“Depois de sua mudança para o Rio de Janeiro, inicialmente a produção não sofre grandes modificações do ponto de vista formal, como podemos observar nas paisagens produzidas no período, mas sofrerão uma alteração considerável na abordagem do tema. As paisagens ficam mais fluidas, mais líricas, menos aplicadas a uma transcrição literal do real e mais afeitas a uma percepção subjetiva do objeto. Certamente são efeitos da convivência com a produção de paisagens produzidas pelos temperamentos líricos de Cândido Portinari e de Alberto da Veiga Guignard.”

GOMES, Paulo. Iberê e seu ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares. Fundação Iberê Camargo: Porto Alegre, 2015. p. 120.

 

As provas de estado desta gravura encontram-se no acervo da Fundação Biblioteca Nacional.