Matriz para a gravura Cabrita, 1952
cobre
11,9 x 9 cm
Acervo Fundação Iberê
Tombo MG219
Foto © Fabio Del Re_VivaFoto
“Na minha opinião uma gravura só é boa se tudo o que se vê na estampa está na chapa. Isto é, o gravador pode entregar a sua chapa a um artesão para tirar cópias iguais. Tudo está ali, gravado na chapa, nada foi conseguido com truques ou recursos na hora da estampagem. Essa é para mim a condição essencial de uma gravura.
[…]
Propus certa vez que a verba do Salão Nacional de Arte Moderna destinada à aquisição de trabalhos expostos, incluísse a aquisição da matriz da gravura, isto é, da chapa gravada e não apenas da estampa. Minha idéia não foi aceita, alegaram que o artista sairia prejudicado. Ora, não vejo que prejuízo terá um artista em vender sua chapa, que ficará guardada num museu, depois que ele já tirou determinado número de cópias. E moralmente ele está impedido de tirar outras cópias, desde que numerou a tiragem. No Brasil ninguém pensa no futuro, ninguém pensa em guardar e conservar esse material que irá constituir o acervo artístico do país que – se a bomba atômica não destruir o mundo – terá um dia quatro, cinco mil anos.”
SOUZA, Claudio Mello e. É preferível ser um verme que parecer um leão. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 5 jan. 1958. (Fala de Iberê Camargo em entrevista).