Projeto Iberê nas Escolas vai qualificar turno integral com arte

19.out.19

A prefeitura e a Fundação Iberê lançaram, em julho, o projeto Iberê nas Escolas, que leva arte ao turno inverso de seis estabelecimentos da rede municipal. A iniciativa faz parte da ação da Secretaria Municipal de Educação (Smed) de qualificar o turno integral oferecido nas escolas municipais. As instituições desenvolverão quatro eixos propostos pela pasta para o contraturno: letramento, numeramento, iniciação científica e educação do sensível (artes e esportes).

Em sua fala, o prefeito Nelson Marchezan Júnior direcionou atenção para a turma de alunos do terceiro ano da escola Gabriel Obino, presente na solenidade. Atentos, os estudantes ouviram a explicação de Marchezan sobre o que é um museu e a importância da arte e da cultura no processo de aprendizagem. “Tudo que estamos fazendo aqui é para vocês, para que sejam felizes e aproveitem todos os momentos.”. O prefeito também agradeceu a oportunidade e a confiança da Fundação Iberê. “Viemos aqui pedir ajuda para levar mais experiência para nossos alunos.”

O secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito, explica a estratégia de atividades no turno inverso. “A educação integral melhora o desempenho dos estudantes, mas deve estar organizada. Desde 2018, começamos a buscar novos parceiros, porque acreditamos que é importante levar a sociedade civil para dentro da escola”, ressalta. “A ideia é ampliar ainda mais a diversidade da oferta aos alunos. Para isso, vamos publicar novos editais no segundo semestre deste ano.”

Metodologia – A Fundação trabalha com 250 alunos de seis escolas localizadas na zona Sul: Lidovino Fanton (1º ano), Leocádia Felizardo Prestes (2º, 3º, 4º e 5º anos), Gabriel Obino (3º ano), Martim Aranha (1º ano), Victor Issler (4º ano) e Neusa Goulart Brizola (7º, 8º e 9º anos). As atividades ocorrem cinco dias por semana, por pelo menos três horas diárias, nas dependências das escolas. A metodologia consiste no desenvolvimento do trabalho por projetos. Cada um deles possui um fio condutor dentro das linguagens da arte e um produto final concreto, que é o espaço da escola modificado – com o desenvolvimento de competências de trabalho em equipe, colaboração, criatividade, empreendedorismo pessoal e o estímulo ao senso crítico e estético.

O diretor-superintendente da Fundação Iberê, Emílio Kalil, conta que a ideia de sair do museu e atender à comunidade surgiu no ano passado. “Estamos no caminho certo e prevendo atender mais escolas no futuro”, afirma. Para o presidente do Conselho da Fundação, Jorge Gerdau Johannpeter, não existe educação sem cultura. “Estou feliz com essa parceria, pois nossa responsabilidade é formar cidadãos”, ressalta.

As atividades integrarão as áreas de educação ambiental, raciocínio matemático, leitura e escrita de diversos gêneros textuais e habilidades socioemocionais, tendo as artes e suas diferentes linguagens como teia: arquitetura, desenho, pintura, música, teatro, contação de histórias, escultura, linguagem multimídia e montagem de espetáculos e exposições.

Artistas também serão convidados. Na biblioteca, por exemplo, escultores poderão realizar oficinas de personagens, que serão móbiles para ambientação desse espaço. Ao final do ano, cada escola terá um sucatário, um espaço expositivo e uma nova ambientação na biblioteca, com participação ativa dos alunos. Cada turma conta com 25 estudantes e um arte-educador responsável, que atuará três dias por semana. Nos outros dois, os alunos serão atendidos por um artista-educador/oficineiro das áreas de arquitetura, escultura, desenho, pintura, música, contação de histórias, dramaturgia, mídias digitais e curadoria.

O arquiteto Pablo Urquiza Chaves já atua como convidado com a turma que participou do lançamento. “Trabalhar com o criativo com as crianças é muito gratificante. Tento passar conhecimento na minha área, de desenho e criação de cidades. Começamos trabalhando ícones de Porto Alegre, como os estádios de futebol, para que eles identifiquem onde estão inseridos”, explica.

Também participaram do lançamento o vice-prefeito Gustavo Paim; a secretária municipal adjunta de Educação, Iara Wortmann; o secretário municipal em exercício de Infraestrutura, Marcelo Gazen; o diretor-presidente da Fundação Iberê, Justo Werlang; o coordenador da Comissão de Cultura do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, desembargador federal João Paulo Lucena; a presidente da Comissão Especial de Educação, representando a OAB/RS, Denise Souza Costa; a educadora do projeto Iberê nas Escolas da Secretaria Municipal de Educação, Adriana de Alencar Heemann; a coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria Municipal de Cultura, Adriana Boff; e o diretor de Inovação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Paulo Ardenghi.

Texto: Luzia Lindenbaum
Edição: Rui Felten